26 de Abril de 2024 • 04:09
O elefante branco de Praia Grande. Há quase 20 anos, um terreno de mais de 50 mil metros quadrados causa transtornos à população que mora em seu entorno. O antigo Terminal Turístico da Cidade hoje abriga desde ratos, baratas, mosquitos e outros insetos, até moradores de rua, usuários de drogas e marginais.
Localizado no bairro Paquetá, o terreno toma quatro quadras entre a Avenida Presidente Kennedy e a praia. Os moradores das ruas Nossa Senhora de Praia Grande e Santa Bárbara, vias que cercam o local pelas laterais, reclamam do abandono da área.
O comerciante Vilmar Assunção conta que moradores de rua e usuários de droga fazem buracos nos muros que cercam o terreno para poderem se alojar nas estruturas abandonadas que estão lá dentro. São mais de 7 mil² de área construída no local, onde funcionava o Terminal Turístico e de Lazer.
Outro problema com o qual Vilmar convive é com a presença de insetos e animais dentro de casa. Inclusive, um familiar do comerciante está com dengue. “O mato alto serve de casa para ratos, baratas e um monte de inseto. Já estamos a conviver com eles aqui dentro de casa”, diz. Ele mora no local há 18 anos.
Reclamações parecidas são as do vizinho de Vilmar, o aposentado Jonas Neves do Nascimento. O mais grave do relato do morador é quanto a presença de ladrões no local, que se usam o terreno como rota de fuga. “Eles (os assaltantes) sobem nos telhados das casas e roubam os fios dos forros. Já chegaram até a invadir uma residência e levaram R$ 5 mil”.
Nascimento conta também que é comum presenciar moradores de rua usando drogas dentro ou nos arredores do terreno. O local pertence à Companhia Praiagrandense de Turismo (Cipratur), empresa de economia mista da qual a Prefeitura é acionista majoritária.
Limpeza
Questionada, a Prefeitura afirma que a limpeza do local é realizada de uma a duas vezes por mês. O procurador do Município que cuida do processo de venda da área, Alfredo de Souza, afirma que a Guarda Municipal também é realiza a retirada de moradores de rua que invadem o terreno.
Venda
O terreno entra, na próxima semana, em um segundo processo de venda. A primeira vez que foi aberto um leilão para vendê-lo, não houve compradores interessados.
Vários também já foram os projetos para a utilização do espaço. Alfredo conta que depois da extinção do Terminal Turístico, já houve proposta para a instalação de um Parque da Mônica e até parque aquático no local. Porém, nenhum deles foi viabilizado.
Para Alfredo, o desinteresse de empresas pela área é por causa das edificações construídas bem no centro do terreno. “Para qualquer instalação naquele terreno, os 7 mil m² de área construída lá dentro teriam que ser derrubados, e isso custa muito caro.
O valor mínimo de venda da área é de R$ 41.900.000,00, à vista ou em quatro parcelas corrigidas pelo IGP-M. Este valor é resultado do último laudo de avaliação, feito pela Caixa Econômica Federal, em maio de 2012. Para concorrer, os interessados devem fazer um depósito (caução) no valor de R$ 2.095.000,00 em conta corrente da Cipratur, na Caixa Econômica Federal, agência Boqueirão.
O edital e anexos podem ser obtidos gratuitamente no site www.praiagrande.sp.gov.br ou retirados na Sead, Departamento de Licitação ou na sede da Cipratur, na Av. Costa e Silva, 794, sala 503, 5º andar, pagando R$ 35 (custeio de impressão).
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