Cotidiano

Moradores da Praia do Góes sofrem com danos da ressaca

População ficou isolada no local durante a maré alta e os fortes ventos no último domingo (21)

Publicado em 25/08/2016 às 10:00

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A trilha passa por pedras, pontes de madeira improvisadas e vegetação densa, e sofre erosão por conta da maré alta e das chuvas / Rodrigo Montaldi/DL

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A Ponta da Praia, em Santos, não foi o único local que sofreu transtornos com a grande ressaca do último domingo (21). A população da Praia do Góes, à Margem Esquerda do Porto de Santos, no município de Guarujá, também foi fortemente atingida pelas ondas e ventos fortes.

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Isolados durante a ocorrência da ressaca, o principal estrago causado no local foi a destruição de trechos do caminho improvisado que conecta os moradores à Praia de Santa Cruz dos Navegantes – conhecida como Pouca Farinha. A trilha, localizada no pé do morro, passa por pedras grandes e vegetação densa, que vem sofrendo erosão por conta da maré alta e das chuvas. Em certas partes do percurso, é preciso andar de lado e se apoiar nas rochas para atravessar declives e limo, sem qualquer tipo de proteção.

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“Precisamos passar por aqui para estudar e trabalhar e não podemos contar sempre com os barcos que fazem a travessia para Santos. Essa passagem é o nosso acesso à estrutura urbana mais próxima de nós. Muitas vezes, deixamos de mandar as crianças para a escola por causa da falta de condição do percurso”, contou a moradora Fernanda de Souza. Ela alertou ainda sobre o perigo que as pessoas correm de despencar da altura de aproximadamente 20 metros e se chocar com rochas marinhas encrustadas na costa.

De acordo com os habitantes da Praia do Góes, todos os reparos e pequenas construções que precisam ser feitas no local são realizadas pelos próprios moradores. Um deles é Carlos Lopes Braga, conhecido como Dinho, que desde segunda-feira está buscando caminhos alternativos para a população transitar. “Essa é a realidade do nosso dia a dia. Sabemos que a ressaca provocou muita destruição na Ponta da Praia, mas ela também  complicou a nossa vida aqui, que já não estava fácil”, lamenta.

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Mais danos. As altas ondas de domingo assustaram a moradora Sandra Lia Viccari, que mora no local há 41 anos e afirma nunca ter visto um cenário tão desolador como o recente, apesar de ter vivenciado várias ressacas na praia.

Segundo a aposentada, a areia e a água do mar invadiram residências e estabelecimentos, apesar de barreiras de concreto construídas para conter a força do mar, que também traz lixo para a costa, como pneus e garrafas. “Outro grave problema daqui é o acúmulo cada vez maior de areia, que vem tomando nosso espaço por conta do processo de dragagem do Porto. Todo o serviço de limpeza pública fica por conta da gente”, relata.

Sem respaldo da Administração Municipal, os moradores se unem para realizar as melhorias no local. Para receber os barcos que fazem a travessia entre Santos e Guarujá, um novo píer foi construído por meio de doações. O antigo foi desativado por conta da precariedade da estrutura e pelo assoreamento da praia.

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Resposta

Questionada sobre as medidas que estão sendo tomadas para dar apoio à população da Praia do Góes em relação aos problemas citados pela Reportagem, a Secretaria Municipal de Operações Urbanas do Guarujá informou que não tinha conhecimento dos estragos causados pela ressaca que atingiu a região. A secretaria disse também que vai enviar uma equipe ao local para verificar a situação a fim de tomar as medidas necessárias.

Prefeitura de Santos vai cadastrar moradores para emitir alertas

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Após moradores da Ponta da Praia manifestarem a intenção de dar início a uma ação civil pública contra a Prefeitura por conta dos prejuízos causados pela ressaca, a Administração Municipal informou que acaba de disponibilizar dois canais de comunicação para a população efetuar cadastro e receber alertas de eventuais casos de emergência provocados por fenômenos naturais.

Os moradores deverão ligar para o telefone 3208-1000 ou enviar e-mail para [email protected] informando nome completo, endereço e telefone para contato.

Segundo o coordenador da Defesa Civil de Santos, Daniel Onias, a experiência é similar à ação que ocorre com os moradores dos morros da Cidade, que tem surtido mobilização satisfatória para a prevenção de acidentes motivadas por ocorrências naturais.

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Residentes da Ponta da Praia ainda estão contabilizando os transtornos, que abrangem perdas parciais e totais de veículos, danos em fiações elétricas e elevadores, além de garagens ainda com a presença de água do mar. “Estamos em contato com advogados para saber como proceder e vamos fazer reuniões nesta semana com os moradores para definir nossos próximos passos. A prioridade tem sido contabilizar e reparar os prejuízos”, disse a síndica de um dos edifícios afetados, Lúcia Maria ­Queiroz, ao Diário do Litoral na última terça-feira.

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