Cotidiano

Mexilhão-verde invasor é encontrado em mais uma praia do litoral de SP

Segundo especialistas, a espécie pode desequilibrar o meio ambiente e tem potencial para dominar todo o litoral brasileiro

Márcio Ribeiro, de Peruíbe para o Diário do Litoral

Publicado em 10/09/2024 às 12:47

Atualizado em 10/09/2024 às 13:36

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Acredita-se que a espécie invasora tenha chegado no país por meio da água de lastro dos navios / Leitor DL

O Mexilhão-verde (Perna viridis), espécie exótica, que está se espalhando pelo litoral brasileiro e que preocupa os pesquisadores foi encontrado em São Vicente por um leitor do Diário do Litoral. De acordo com os especialistas, a espécie invasora pode desequilibrar o meio ambiente, tem potencial para dominar todo o litoral brasileiro e já foi encontrada na região da Juréia, uma das mais preservadas do país. 

O problema foi assunto no último Congresso Latino Americano de Ciências do Mar (Colacmar), realizado em Itajaí/SC e trazido com exclusividade para os leitores do Diário do Litoral. O Doutor em Oceanografia e pesquisador do Instituto de Pesca, Edson Barbieri, fez uma apresentação a respeito do mexilhão, enquanto o biólogo, mestre em ecologia, doutorando e bolsista da Capes, Tiago Ribeiro, reportou o achado na região da Juréia. As participações dos especialistas no congresso aconteceram em momentos diferentes.

Acredita-se que a espécie invasora tenha chegado no país por meio da água de lastro dos navios, mas a introdução de espécies exóticas também pode ocorrer por meio de práticas relacionadas à aquicultura, pelo comércio de organismos marinhos, pela aquariofilia e até por atividades recreativas, como navegação de lazer, já que, organismos marinhos, como algas, cracas e mexilhões, podem aderir aos cascos de embarcações recreativas e de transporte, incluindo cargueiros, e podem se desprender e colonizar o ambiente local. 

Há a preocupação que o mexilhão-verde se espalhe e domine todo o litoral do Brasil, especialmente em áreas onde as condições ambientais são favoráveis e não existem predadores naturais para controlar sua população. O Perna viridis pode competir com as espécies nativas e tomar o espaço delas.

Vale lembrar que os primeiros registros desta espécie no Brasil foram feitos em 2018, no estado do Rio de Janeiro, na Baía de Guanabara. De lá para cá, ele vem se espalhando por toda a costa e já foi visto em Santa Catarina, Paraná, São Paulo e até no Ceará, sendo que, no estado paulista, as detecções iniciais foram feitas em 2023, em Santos.
  
A Fundação Florestal e a Secretaria de Meio Ambiente, Infraestrutura e Logística foram procuradas para dar informações a respeito do novo mexilhão, se há algum tipo de acompanhamento ou ação, mas até a publicação desta reportagem não enviaram resposta. Esta reportagem poderá ser atualizada caso os órgãos se manifestem.

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