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Cotidiano

'Meu maior oponente é a urna eletrônica'

José Maria Eymael é mais um pré-candidato que almeja o cargo máximo da Nação: a presidência da República

Carlos Ratton

Publicado em 26/03/2018 às 11:31

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José Maria Eymael é mais um pré-candidato que almeja o cargo máximo da Nação: a presidência da República / Rodrigo Montaldi/DL

Já bastante conhecido pelo brasileiro, o sempre democrata cristão José Maria Eymael é mais um pré-candidato que almeja o cargo máximo da Nação: a presidência da República. Em visita a ­Santos, o líder maior do PSDC disse que o atual contexto político nacional nunca favoreceu tanto seu nome como substituto de Michel Temer no Palácio do Planalto e gostaria da volta da cédula de votação. Confira os melhores trechos da ­entrevista:    

Diário – É a quinta vez que o senhor disputa as eleições para a presidência do País? Acredita que o resultado será diferente?
José Maria Eymael –
Agora, o que a gente sente é que é a nossa vez. A democracia cristã é a grande saída para o País. O que pesa muito é nossa folha de serviços à sociedade brasileira. Fiquei entre os 15 constituintes com o maior número de propostas aprovadas, sendo que a maior parte delas faz parte da vida das pessoas. 

Diário – Quais, por ­exemplo?
Eymael –
Todos os avanços sociais dos trabalhadores. Oito horas semanais, proteção contra demissões sem justa causa, aviso prévio, incentivo ao lazer, enfim. 

Diário – Como o senhor avalia a reforma ­trabalhista?
Eymael –
Deveria ser mais discutida com a sociedade. O tempo vai dizer os erros e acertos. Eu acredito que ela deveria ocorrer, mas ser mais debatida, como é o caso da Reforma da Previdência. 

Diário – O presidente Michel Temer não esconde que barganha emendas em troca de votos a seu favor. Isso não é o mesmo que o Mensalão?
Eymael –
Eu sei que é um escândalo que espanta por sua dimensão. É uma atitude muito ruim. É o grande ralo onde escorre o dinheiro da Educação, da Segurança, enfim. 

Diário – O senhor acredita na inflação oficial?
Eymael –
Está mais comportada, em limites razoavelmente aceitáveis. O próximo presidente tem que ter obsessão pelo desenvolvimento. Esse país tem que crescer. 

Diário – Quais suas principais propostas?
Eymael –
O fundamental é o conceito, o resto você detalha. Vou obedecer a uma trilogia: competência, honra e caráter. Temos 27 diretrizes gerais de governo. Segurança Pública, por exemplo, desde a campanha de 2010 que nós apresentamos a absoluta necessidade de um Ministério de Segurança Pública, que comandasse uma integração nacional envolvendo forças federais, estaduais, municipais e armadas, inclusive no exterior. Na Educação, o maior problema está nos ensinos fundamental e médio. Por isso, consegui aprovar, na constituinte, a possibilidade de recursos públicos para ­bolsas de estudos nesses estágios. Mas, infelizmente, virou letra morta.

Diário – O senhor é a favor da intervenção no Rio de Janeiro?
Eymael –
Foi atabalhoada e não acredito que a intervenção federal não vai resolver o problema. Mas alguma coisa precisa ser feita não só no Rio, mas no Brasil. Vivemos uma guerra civil.

Diário – O senhor é a favor de armar a população?
Eymael –
Não. Ao contrário. A arma acaba indo para as mãos dos bandidos. 

Diário – O senhor acredita que o Lula disputa as ­eleições?
Eymael –
A democracia cristão nunca fica sem tomar posição. Eu digo o seguinte: a decisão de absorver o ex-presidente ou condená-lo tem que estar fundamentada no princípio da verdade material, ou seja, provas. Sou um constitucionalista e a Constituição Brasileira diz que a pessoa só pode ser privada de sua liberdade após transitar em julgado. E isso não ocorre em segunda instância. As pessoas podem alegar que demora muito. Então, ­reforma-se o sistema. Não se pode é afrontar a Constituição. 

Diário – Quais serão seus principais concorrentes?
Eymael –
Todos. Mas o maior não está entre eles. Meu maior oponente é a urna eletrônica. O Brasil é a única Nação do Mundo que não se tem como comprovar os resultados. Em minha eleição para presidente de 1998, nas cidades até 40 mil eleitores, meu índice de votos válidos era expressivo, de 1 a 3%. Nas cidades com 40 mil ou mais, o índice despencava para 0,06%, chegando a ser 52 vezes menor. Em outubro ou novembro do ano passado, descobri o porquê. Em 98, foi aplicada pela primeira vez a urna eletrônica em 537 cidades com 40 mil ou mais eleitores. Nas eleições ­seguintes, foi aplicada em todas e aí é como se meus eleitores fossem morrendo. Em 2018 já deveria ter voto impresso em todas as urnas, mas os técnicos do TSE decidiram que seria muito caro e isso só será feito em 5% das urnas. De 600 mil urnas, só teremos voto ­impresso em 30 mil. Já existem populares ­contra isso. 

Diário – O presidente ­Michel Temer não descarta ser candidato. Ele tem ­chance?
Eymael –
Eu gostaria que ele fosse. A democracia cristã é a terceira via e é adepta ao ­inciso primeiro do artigo terceiro da Constituição, que preconiza que é objetivo ­fundamental da República ­Federativa do Brasil uma ­sociedade livre, justa e ­solidária.

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