Cotidiano

Metanol: Governo de SP reforça hospitais com mais 3 mil ampolas de antídoto

Com esse novo reforço de álcool etílico absoluto, o total disponível para o tratamento de pacientes intoxicados chega a 5,5 mil ampolas

Igor de Paiva

Publicado em 08/10/2025 às 21:10

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Antídoto é utilizado em casos de pacientes que atendem aos requisitos definidos pelas diretrizes técnicas da SES-SP / DIvulgação

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Nesta quarta-feira (8), a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) ampliou o atendimento a casos de intoxicação por metanol, distribuindo mais 3 mil ampolas do antídoto para 21 centros de referência da rede pública estadual.

Com esse novo reforço de álcool etílico absoluto, o total disponível para o tratamento de pacientes intoxicados chega a 5,5 mil ampolas.

A iniciativa faz parte da ação integrada do gabinete de crise que atua no combate a casos de contaminação de bebidas por metanol no estado. Desde a confirmação dos primeiros casos, no mês de setembro, ações de saúde e segurança passaram a ser reforçadas em todo o estado, assim como a comunicação para que a população tenha esclarecimentos sobre os riscos e a real situação.

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Casos, tratamento e testagem

O antídoto é utilizado em casos de pacientes que atendem aos requisitos definidos pelas diretrizes técnicas da SES-SP. A quantidade de ampolas usadas no tratamento varia de acordo com o quadro clínico da pessoa, a depender da gravidade da intoxicação.

O total de casos de intoxicação por metanol é de 201, sendo 181 em investigação e 20 confirmados. São 11 óbitos, sendo cinco confirmados e seis em investigação. As mortes confirmadas hoje ocorreram nos dias 25 e 28 de setembro. Com relação aos casos descartados, o total é de 111. No dia de hoje, foram descartados 26 novos casos após análises clínicas e epidemiológicas.

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A SES-SP reforçou o fluxo laboratorial da rede estadual para confirmar rapidamente a presença de metanol no organismo dos pacientes. Pelo novo protocolo, as amostras de sangue ou urina coletadas nos serviços de saúde são enviadas ao Laboratório de Toxicologia Analítica Forense (LATOF) da USP em Ribeirão Preto e ao CIATox da Unicamp.

Os laudos finalizados são disponibilizados em até 24h. Essa logística conta com o apoio do Instituto Adolfo Lutz (IAL), responsável por coordenar o transporte dos materiais e garantir que os casos suspeitos recebam diagnóstico com brevidade.

Protocolo padrão

Como as primeiras horas são decisivas para salvar vidas, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (SES-SP) orienta um protocolo padrão para os pacientes que procuram as unidades de saúde com sintomas persistentes ou piora após o consumo de bebidas destiladas. Entre os sintomas mais comuns estão sonolências, tontura, dor abdominal, náuseas, vômitos, confusão mental, taquicardia, visão turva, fotofobia e convulsões.

O diagnóstico precoce é fundamental para evitar sequelas permanentes e reduzir a mortalidade. Assim, o tratamento deve ser iniciado imediatamente, mesmo diante da suspeita clínica, devido à rápida progressão da intoxicação. Por isso, os pacientes que apresentam piora dos sintomas e passam a ser tratados com o protocolo são considerados “casos suspeitos” até que saia o resultado das investigações laboratoriais e clínicas.

Destruição de garrafas

A Justiça paulista autorizou a destruição imediata de 100 mil vasilhames apreendidos no inquérito que apura responsabilidades pela adulteração de bebidas. A solicitação feita pela Polícia Civil foi autorizada pelo juiz Lucas Bannwart Pereira, do Fórum Criminal Barra Funda do Tribunal de Justiça de São Paulo. No despacho, o magistrado destaca que os milhares de recipientes foram encontrados em uma suposta empresa de recicláveis que comercializava garrafas de diferentes bebidas destiladas sem controle sanitário, de origem ou de destinação, além de não realizar procedimentos de higienização.

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Ações conjuntas com o setor privado

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, e outras autoridades do Estado reuniram-se com representantes dos setores de comércio de bebidas nesta quarta-feira (8), no Palácio dos Bandeirantes, para alinhar medidas de combate à contaminação por metanol. Líderes dos segmentos de bares, restaurantes, supermercados e outros estabelecimentos foram convocados para participar de grupos de trabalho e apresentar medidas concretas para evitar casos de intoxicação por metanol na cadeia de distribuição e comércio de bebidas alcoólicas.

Na segunda-feira (6), o Governo de São Paulo já havia se reunido com outras associações do setor de bebidas alcoólicas e alinhou um convênio para combater a falsificação de produtos. As medidas incluem o treinamento de agentes públicos e comerciantes para o combate a falsificações. Também devem ser feitas propostas legislativas voltadas ao endurecimento das regras sobre falsificação e comercialização irregular de produtos.

Operações desmantelam fábrica clandestina e depósitos ilegais

A força-tarefa do Governo de SP encontrou, na terça-feira (7), uma fábrica clandestina usada para a produção e distribuição de uísques falsificados, localizada no bairro Jardim São Judas Tadeu, em Campinas, no interior paulista. No endereço, a equipe abordou o proprietário da residência, de 35 anos, que posteriormente foi detido por falsificação de bebidas.

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Ao todo, dois galões de 50 litros foram recolhidos, além de 335 garrafas cheias, prontas para o comércio. As apreensões foram encaminhadas para perícia. Em outra operação, na capital, uma denúncia anônima ajudou a força-tarefa a descobrir três depósitos clandestinos no centro de São Paulo, onde eram armazenadas e comercializadas bebidas alcoólicas vencidas e sem origem comprovada. A ação da Polícia Civil foi realizada na terça-feira (7), no bairro Santa Ifigênia.

Dois homens foram presos em flagrante e mais de 70 mil vasilhames apreendidos ou lacrados.

Interdições

Nesta quarta-feira (8), a força-tarefa interditou mais um estabelecimento na capital paulista, em ação de combate às bebidas falsificadas e às intoxicações por metanol. O bar, localizado na zona leste da cidade de São Paulo, foi totalmente interditado após a fiscalização, por apresentar condições sanitárias inadequadas, alimentos vencidos e outras irregularidades. Além disso, foram apreendidas seis garrafas de bebidas alcoólicas.

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Ao todo, 12 estabelecimentos já foram interditados e 23 locais fiscalizados pelas equipes da Vigilância Sanitária Estadual, em parceria com as vigilâncias municipais, o Procon e a Polícia Civil. As interdições podem ocorrer por diversos motivos, incluindo irregularidades fiscais e sanitárias dos estabelecimentos. A Secretaria da Fazenda e Planejamento suspendeu preventivamente a inscrição estadual de seis distribuidoras e dois bares, totalizando oito estabelecimentos comerciais.

Veja os principais números atualizados do gabinete de crise

O total de casos de intoxicação por metanol é de 201 em todo o estado, sendo 181 em investigação e 20 confirmados. Entre os casos confirmados, há cinco óbitos: três homens de 54, 46 e 45 anos, moradores da cidade de São Paulo; uma mulher de 30 anos, residente em São Bernardo do Campo; e um homem de 23 anos, de Osasco. O número de casos descartados chega a 111. Nesta quarta-feira (8), foram descartados 26 novos casos após análises clínicas e epidemiológicas, enquanto outros 25 passaram a ser investigados.

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