Cotidiano
"Que ninguém se equivoque. Não é uma defesa somente ao presidente e ao povo da Bolívia. Poderia ter ocorrido com qualquer um de nós", disse Cristina Kirchner
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Os presidentes do Mercosul decidiram exigir um pedido de desculpas públicas dos países europeus porque a agressão contra o presidente Evo Morales, da Bolívia, poderia ter sido feita contra qualquer outro presidente da região, segundo justificou a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, em discurso durante a abertura da reunião de Cúpula do Mercosul, nesta sexta-feira, em Montevidéu. "Que ninguém se equivoque. Não é uma defesa somente ao presidente e ao povo da Bolívia. Poderia ter ocorrido com qualquer um de nós", disse ela
Cristina reconheceu que, em diversas oportunidades, foi impedida de viajar no avião presidencial argentino, o Tango 1, aos países europeus por temor a embargos judiciais promovidos por credores que não aceitaram as duas reestruturações da dívida pública, que obtiveram 93% dos credores. "Vou ser extremamente sincera, eu não pude viajar a alguns países da Europa com resquícios coloniais porque algum juiz poderia dispor algum embargo porque algum credor abutre não quis entrar nas reestruturações", mencionou a presidente, recordando o recente embargo da Fragata Libertad determinado pela Justiça de Gana.
"É incrível porque eu não posso ir de avião porque corro o risco de que também me embarguem", brincou. Cristina denunciou a existência de novas formas de colonialismo, como as que proibiram Morales de sobrevoar o espaço aéreo de França, Itália, Portugal e Espanha, no último dia 2, por suspeitas de que levava em seu avião o ex-técnico de inteligência dos Estados Unidos, Edward Snowden.
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Ele é procurado pelos EUA após ter revelado os programas secretos de espionagem americanos em vários países, em meados de junho. Uma reportagem publicada pelo jornal O Globo, na semana passada, filtrou documentos de Snowden revelando também que o Brasil e outros países da região foram objetos de espionagem por parte dos EUA. O jornal The New York Times revelou, nesta sexta-feira, que o governo americano está exercendo forte pressão aos latinos para que não concedam asilo à Snowden. O presidente Barack Obama já avisou que o preço será alto para o país que conceder o asilo ao ex-técnico.