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O menino Enzo Guimarães, de apenas sete anos, portador de Síndrome de Chiari II, uma doença ocasionada por má formação congênita, foi operado ontem no Hospital Santa Catarina, na capital paulista, e se recupera em um quarto comum, para felicidade da família. A história foi publicada em primeira mão pelo Diário do Litoral (DL) no último dia 15.
A informação é da professora Tamara da Rocha Guimarães, mãe de Enzo. A família é de Cubatão e corria contra o tempo para angariar fundos para a operação e garantir a integridade física e mental do menino, que corria risco de cegueira, surdez e retardo mental caso não fosse operado com urgência. A família teve problemas com o convênio médico particular.
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Tamara e o marido, que trabalha como autônomo, iniciaram uma ação entre amigos e conseguiram arrecadar os recursos necessários, na ordem de R$ 113 mil para os procedimentos cirúrgicos. A família não pôde recorrer ao Sistema Único de Saúde (SUS) porque o médico especialista só trabalha no Hospital Santa Catarina.
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Conforme revelado, paralelamente, a família ingressou com uma ação na Justiça contra o convênio. “Se o dinheiro via judicial chegar depois que conseguirmos o valor, vamos doar para instituições que tratam de crianças com doença igual de Enzo”, explicou Tamara, há 16 dias, quando lutava contra o tempo para salvar o filho.
Enzo já havia passado por oito cirurgias durante toda vida – mais do que uma por ano. Durante o período de recuperação, o menino ainda terá que ficar por um tempo em repouso para, só então, verificar se a cirurgia foi um sucesso.
A doença
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Síndrome de Arnold- Chiari consiste em uma má formação rara e congênita do sistema nervoso central, localizada na fossa posterior da base cerebral. Ela possui uma variabilidade de sinais e sintomas sendo que as principais consistem em alterações na estrutura do tronco cerebral e algumas vezes acompanhado de hidrocefalia.
A forma mais grave desta patologia consiste na herniação da porção posterior do cerebelo e do tronco cerebral, ocorrendo que algumas partes do cérebro alcançam o canal da medula espinhal comprimindo- a. O seu diagnóstico é confirmado pela ressonância magnética e o tratamento consiste na descompressão do canal medular.
Essa doença exige o acompanhamento com neurocirurgião, para que o tratamento cirúrgico seja indicado no momento oportuno, quando aparecem evidências da deterioração neurológica, progressão dos sintomas que se tornam incapacitantes e piora das alterações na ressonância magnética.
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A cirurgia é feita através de uma incisão na parte de trás da cabeça e do pescoço sob anestesia geral e visa à descompressão das estruturas nervosas e o restabelecimento da circulação do líquor. Ela, geralmente, apresenta ótimos resultados.