Cotidiano

Médico relata momentos de terror durante feminicídio em clínica de Santos

Veja o que o profissional responsável pela clínica onde ocorreu a tragédia da última quarta (7) afirma em seu depoimento

Luna Almeida

Publicado em 08/05/2025 às 16:44

Atualizado em 08/05/2025 às 16:45

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O crime aconteceu em uma clínica localizada em Santos, no litoral de São Paulo / Reprodução

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O médico de 60 anos que presenciou as cenas chocantes dentro de seu consultório na tarde da última quarta-feira (7), quando a paciente Amanda Fernandes Carvalho, de 42 anos, foi assassinada a tiros e facadas pelo próprio marido, sargento da Polícia Militar, prestou depoimento à polícia recentemente.

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O crime aconteceu em uma clínica localizada em Santos, no litoral de São Paulo, e também deixou a filha do casal ferida.

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Em seu depoimento, o médico relata que Amanda havia chegado ao local acompanhada da filha para uma consulta agendada, mas antes mesmo de serem chamadas, as duas entraram repentinamente na sala do profissional, que relatou que nunca havia atendido as pacientes anteriormente. 

A mulher demonstrava extremo nervosismo e alertou que o marido estava armado, era policial e pretendia matá-la devido à separação do casal.

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Diante da gravidade da situação, o médico trancou imediatamente a porta da sala, reforçou a entrada com cadeiras e manteve a mão firme na maçaneta, temendo que fosse arrombada. 

Pediu que Amanda acionasse a polícia, mas foi informado de que uma amiga já havia feito a ligação. Ainda assim, insistiu para que a solicitação fosse repetida.

Enquanto os três permaneciam trancados no interior da sala, ouviram alguém bater à porta. O médico perguntou quem era, mas não obteve resposta. 

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Logo depois, escutou a secretária do consultório dizendo que a Polícia Militar já havia chegado e que a situação estava sob controle. Também ouviu uma voz masculina confirmar que os agentes estavam presentes. 

Questionou então se os policiais estavam uniformizados e, ao receber resposta positiva, abriu a porta parcialmente.

Da porta, conseguiu ver apenas um policial fardado no corredor, mas sua visão era limitada e ele não avistou mais ninguém. Pouco tempo depois, ouviu diversos disparos, ultrapassando a marca de dez tiros. 

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O médico acredita que os primeiros partiram do lado de fora da sala e, em seguida, o agressor entrou no local e continuou atirando. Ele se escondeu atrás da mesa assim que os disparos começaram e só se levantou quando os policiais conseguiram conter o agressor. 

Ao se levantar, viu que a criança estava ferida no braço e utilizou o próprio jaleco para conter o sangramento. Em seguida, improvisou uma faixa de compressão na perna da menina, que também apresentava um segundo ferimento. Pouco depois, a filha do casal foi socorrida pelos policiais militares.

Em meio ao caos, o médico visualizou o corpo de Amanda caído dentro da sala. Ela apresentava sinais evidentes de que não havia resistido aos ferimentos, com o corpo banhado em sangue e uma faca cravada no pescoço. 

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O médico relatou que não chegou a ver o agressor com clareza, pois se protegeu assim que ouviu os primeiros disparos e só saiu de trás da mesa após a contenção do sargento.

A tragédia que foi destaque em todo o país segue sob investigação das autoridades. Atualmente, a Polícia Militar abriu também uma investigação sobre conduta dos agentes que atuaram no caso.

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