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Cotidiano

Mantedoras de horta comunitária no Jardim São Manoel sonham com ampliação

O projeto existe há 5 anos, fruto de uma iniciativa do Instituto Elos e da CPFL, que cedeu o terreno para a construção da horta, às margens da Rodovia Anchieta

Vanessa Pimentel

Publicado em 17/10/2020 às 07:30

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Todos os alimentos crescem livres de agrotóxicos, o que propicia uma alimentação saudável para quem consome o que vêm dali / Nair Bueno/DL

Vilma Lúcia Novetti Barros, Creusa Machado e Hilda Costa são três mulheres com um sonho em comum: ver a horta comunitária Bons Frutos, instalada no Jardim São Manoel, em Santos, crescer.

O projeto existe há 5 anos, fruto de uma iniciativa do Instituto Elos e da CPFL, que cedeu o terreno para a construção da horta, às margens da Rodovia Anchieta.

Desde então, as três estão lá diariamente para cuidar do espaço que fornece alimento para os moradores da comunidade e de outros bairros, como o Casqueiro, em Cubatão.

Dona Vilma conta que gosta de cuidar da horta pela manhã. Assim que chega faz a rega necessária, tira o mato que insiste em crescer e planta o que está na época. À tarde é a vez de Creusa manter o local. Já dona Hilda está longe do trabalho momentaneamente porque está doente.

Todos os alimentos crescem livres de agrotóxicos, o que propicia uma alimentação mais saudável para quem consome o que vêm dali. Mas, como são só as três trabalhando, a produção é pouca para ampliar a oferta de culturas e gerar uma renda sustentável.

"O dinheiro que entra com a venda a gente usa para pagar contas, comprar sementes, material e o que sobra dividimos entre nós três. Nosso sonho é que mais pessoas viessem trabalhar com a gente para que conseguíssemos ampliar a produção e, consequentemente, a renda", diz Vilma.

Outro sonho é construir uma sementeira, o que iria baratear a produção, já que atualmente elas precisam pagar uma pessoa para ir a São Bernardo buscar mudas já prontas.

Ela conta que a horta atraiu muita gente quando começou. O espaço vivia cheio de crianças e tinha mais pessoas trabalhando na manutenção dele. Mas, com pouca retirada, o pessoal foi indo embora para trabalhar com outras coisas e, no fim, ficaram só as três.

Projetos que também eram queridos no início, como o que ensinava famílias a manter uma horta no quintal de casa, acabou sendo engavetado por falta de interesse dos munícipes e de estrutura para mantê-lo.

A falta de investimento e de pessoal também deixou só no papel a ideia de abastecer as escolas do bairro com alface, couve e tantos outros alimentos cultivados por elas. "Não é sempre que conseguimos colher 200 pés de alface no mês, então fica difícil se comprometer com as unidades escolares", explica Vilma.

"Eu amo cuidar dessa horta, acordo já pensando no que tenho que fazer durante o dia e venho cedo pra cá. Moro aqui há mais de 50 anos e quando a horta chegou, não imaginava que eu ia gostar tanto de trabalhar com a terra. Meu sonho é ver esse espaço mais cheio de pessoas, crescendo. A horta tem cinco anos e ainda está de pé, o que mostra que mesmo com poucas trabalhadoras, estamos conseguindo", diz Vilma.

Excursões

As excursões que levam centenas de visitantes para conhecer o projeto também eram uma fonte de renda que deixou de existir com a pandemia.

O passeio trazia alunos, turistas e grupos que cuidam de hortas comunitárias em outras cidades. Ao chegarem, os visitantes podiam plantar, aprender como fazer uma composteira e usar o tempo para se reconectar com a natureza. A taxa cobrada era de R$ 15.

Até o 'papa-galho', uma bicicleta adaptada que tritura galhos para transformá-los em adubo através das pedaladas das crianças está parado.

Enquanto aguardam a situação melhorar, elas seguem trabalhando para manter um projeto tão importante para o bairro. Quem tiver interesse em comprar o que elas cultivam deve ir até o local, na Avenida Coronel Feliciano Narciso Bicudo, s/nº, no terreno das torres de energia identificado como Horta Comunitária Bons Frutos.

 

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