Considerado o mamífero mais traficado do planeta, o pangolim enfrenta risco crítico de extinção devido à crescente procura por sua carne e escamas / Divulgação/Netflix
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No vasto cenário da vida selvagem, poucas espécies simbolizam tão claramente os impactos devastadores do comércio ilegal quanto o pangolim. Este pequeno mamífero noturno, coberto por escamas que lembram uma armadura natural, tornou-se alvo frequente de caçadores e traficantes — especialmente em países como China e Vietnã.
Considerado o mamífero mais traficado do planeta, o pangolim enfrenta risco crítico de extinção devido à crescente procura por sua carne e escamas, elementos valorizados há décadas em práticas culturais e medicinais, apesar da ausência de comprovação científica.
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A carne do pangolim, vista em algumas regiões como um símbolo de status e ostentação, tornou-se artigo de luxo para consumo em restaurantes exclusivos da Ásia. Suas escamas, por sua vez, são utilizadas na medicina tradicional, onde se acredita, sem respaldo científico, que possuem propriedades terapêuticas.
Essa combinação de valores culturais faz com que o animal seja parte de uma cadeia lucrativa e perigosa, que alimenta a caça predatória e empurra as oito espécies conhecidas para o desaparecimento.
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Apesar da aparência semelhante e de já terem sido agrupados no passado, pangolins, tatus e tamanduás não são parentes próximos. O pangolim pertence à ordem Pholidota e representa um grupo totalmente único no reino animal.
O que aproxima esses animais são características surgidas pela evolução convergente, como a dieta baseada em formigas e cupins. As oito espécies de pangolins variam entre formas arbóreas e terrestres, reforçando sua singularidade.
A caça ilegal reduziu drasticamente as populações de pangolins na Ásia e na África. Diante disso, diferentes iniciativas internacionais se mobilizam para impedir o extermínio da espécie:
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Proibição total do comércio internacional pela Convenção CITES
Leis nacionais mais rígidas contra compradores, caçadores e traficantes
Campanhas globais de conscientização, impulsionadas por nomes como David Attenborough
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Programas de resgate, reabilitação e reprodução em cativeiro
Embora essenciais, essas ações ainda enfrentam desafios diante de mercados clandestinos cada vez mais sofisticados.
Especialistas alertam que a legislação, por si só, não é suficiente para salvar o pangolim. Sem uma transformação profunda nas práticas culturais e nos valores sociais que sustentam o tráfico, a espécie continuará vulnerável.
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Campanhas educativas e ações de sensibilização são consideradas cruciais para alterar percepções, reduzir a demanda e proteger a biodiversidade.
Apenas com cooperação global será possível oferecer um futuro para esses animais tímidos, noturnos e fascinantes, que hoje travam uma corrida contra o tempo causada pela ação humana.