Cotidiano

Mais de 600 vírus podem estar vivendo no seu chuveiro, aponta novo estudo científico

O estudo analisou a microbiota doméstica para compreender melhor quais organismos vivem nos ambientes onde passamos a maior parte do tempo

Ana Clara Durazzo

Publicado em 25/11/2025 às 12:30

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A investigação analisou itens comuns do cotidiano e descobriu algo surpreendente: mais de 600 espécies virais únicas estavam presentes entre chuveiros, escovas de dente e superfícies associadas ao banheiro / Imagem gerada por IA/Gemini

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Uma nova pesquisa conduzida pela Northwestern University, nos Estados Unidos, revelou um universo pouco conhecido dentro de casa: chuveiros e escovas de dente podem abrigar centenas de espécies de vírus, formando comunidades tão diversas que nenhuma é exatamente igual à outra.

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O estudo, publicado na revista científica Frontiers in Microbiomes, analisou a microbiota doméstica para compreender melhor quais organismos vivem nos ambientes onde passamos a maior parte do tempo.

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Nem todo vírus é vilão — e muitos podem ser úteis

Embora a palavra 'vírus' seja frequentemente associada a doenças, a equipe da pesquisadora Erica Hartmann destaca que a maioria dos organismos identificados não representa qualquer risco para humanos. Grande parte das espécies encontradas é formada por bacteriófagos, vírus que infectam apenas bactérias e não causam infecções em pessoas.

Esses microrganismos, apontam os cientistas, podem ter papel importante no futuro da saúde pública: ao atacar bactérias específicas, eles são avaliados como alternativas promissoras para tratamentos antibacterianos e até como possíveis aliados na limpeza de ambientes — sem depender de substâncias agressivas.

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Chuveiros e escovas de dente: um ecossistema inesperado

A investigação analisou itens comuns do cotidiano e descobriu algo surpreendente: mais de 600 espécies virais únicas estavam presentes entre chuveiros, escovas de dente e superfícies associadas ao banheiro. Os cientistas destacam que cada conjunto estudado apresentava uma comunidade completamente diferente, reforçando a complexidade desses ecossistemas microscópicos.

Para Hartmann, entender o que vive dentro das casas é essencial, já que os norte-americanos passam cerca de dois terços da vida em ambientes domésticos.

Conhecer essas comunidades invisíveis pode ajudar a compreender melhor a qualidade do ar e das superfícies, além de indicar novas formas de manter a higiene sem comprometer o equilíbrio microbiológico.

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Menos desinfetante, mais ciência

Um dos pontos levantados pelo estudo é a preocupação com o uso excessivo de produtos antimicrobianos. Segundo a pesquisadora, ambientes muito esterilizados podem favorecer o desenvolvimento de resistência microbiana — o que já é considerado um dos grandes desafios da saúde global.

A equipe destaca que os bacteriófagos encontrados podem, no futuro, servir como uma abordagem mais inteligente e direcionada para reduzir bactérias nocivas, sem eliminar completamente os microrganismos que compõem o equilíbrio natural dos ambientes.

O que o estudo representa

A pesquisa abre portas para uma nova forma de olhar a higiene doméstica: não apenas como eliminação total de microrganismos, mas como gestão equilibrada dessas comunidades invisíveis.

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Entender quais vírus vivem nos chuveiros e escovas de dente pode ser, segundo os cientistas, um passo importante para desenvolver tecnologias de limpeza mais eficazes e seguras.

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