A paralisação ocorre após a empresa comunicar oficialmente que não manterá o setor / Divulgação
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A decisão da Gerdau de encerrar até o fim do ano o setor de cilindros da unidade de Pindamonhangaba, no interior de São Paulo, provocou forte reação entre os trabalhadores. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos, cerca de 400 funcionários serão demitidos, e uma greve por tempo indeterminado já foi deflagrada nesta segunda-feira (15).
A paralisação ocorre após a empresa comunicar oficialmente que não manterá o setor por considerar as margens de lucro “inadequadas”.
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O anúncio gerou insatisfação, principalmente por atingir dezenas de famílias em um momento de campanha salarial.
A unidade de Pindamonhangaba é referência na produção de aços especiais para o setor automotivo e também na fabricação de cilindros usados por laminadores em siderúrgicas.
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A área de cilindros foi reforçada com a criação da Gerdau Summit, em 2017, parceria com empresas japonesas da qual a siderúrgica passou a ser controladora única em fevereiro deste ano.
Segundo o sindicato, mesmo com produção em ritmo mais baixo, o setor continua ativo e poderia manter empregos caso houvesse remanejamento. A entidade considera a decisão “irresponsável” e defende que a companhia priorize a manutenção dos trabalhadores.
O fechamento atinge diretamente não apenas os empregados da linha de cilindros, mas toda a cadeia local ligada à manutenção, ferramental e serviços especializados. Em Pindamonhangaba, o setor emprega centenas de pessoas e tem forte peso econômico.
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Além disso, o corte ocorre em meio a um cenário de pressão do mercado externo. Enquanto os Estados Unidos aumentam tarifas, favorecendo a produção doméstica, a entrada de aço chinês no Brasil pressiona os preços e reduz as margens das siderúrgicas nacionais.
O sindicato convocou assembleias e negociações, mas afirma que a empresa não abriu espaço para diálogo. A expectativa agora é por novas rodadas de mobilização e pela manifestação oficial da Gerdau, que ainda não divulgou nota pública sobre a decisão.
Enquanto isso, os trabalhadores seguem em greve, cobrando alternativas que evitem as demissões e mantenham viva a tradição metalúrgica da cidade.
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