Segundo a especialista, o fluxo migratório começou por volta de 2015 / Pexels/Vincent Tan
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O Censo Demográfico de 2022 revela que, entre 2010 e 2022, o número de cidadãos estrangeiros no Brasil passou de 592 mil para 1,0 milhão de pessoas, totalizando um aumento de 70,3%.
De acordo com os dados, os venezuelanos agora formam a maior população estrangeira no país, partindo de 1.892 em 2010 e alcançando o número de 199.067 pessoas, registrando crescimento de 10.000%.
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“Pela primeira vez na história, os venezuelanos ultrapassaram os portugueses e se tornaram o maior grupo estrangeiro residente no Brasil”, destaca Roberta Carneiro de Melo, professora de Relações Internacionais da FMU.
Segundo a especialista, o fluxo migratório começou por volta de 2015, mas foi a partir de 2017, com a intensificação dos protestos na Venezuela e o agravamento da crise econômica e social, que os números dispararam.
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01º Venezuela - 199.067
02º EUA - 27.993
03º Bolívia - 23.875
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04º Haiti - 23.507
05º Paraguai - 18.637
06º Argentina - 15.800
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07º Colômbia - 15.700
08º Portugal - 13.566
09º Japão - 9.262
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10º Espanha - 7.157
Ao longo da última década, foi possível observar um crescimento intenso na proporção de imigrantes vindos da América Latina, que passaram de 27,3% em 2010 para 72,0% em 2022. O aumento ocorre paralelamente à redução da participação de fluxos provenientes da Europa (de 29,9% para 12,2%) e da América do Norte (de 20,4% para 7,0%).
“Diante da deterioração das condições de vida, muitos venezuelanos passaram a buscar alternativas fora do país”, explica a professora. “A proximidade geográfica, o vasto território e a tradição brasileira de acolhimento fizeram do Brasil um destino estratégico e esperançoso para milhares de famílias.”
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Ela lembra ainda que os migrantes contam com o apoio da Operação Acolhida, coordenada pelo Ministério da Defesa com auxílio de agências da ONU. “Para muitos, o Brasil representa não apenas refúgio, mas a chance concreta de reconstruir a vida com dignidade e segurança.”