Apesar de não atenderem ao padrão das gemas utilizadas em joalheria, os diamantes de Popigai têm enorme valor para a ciência e a indústria / Freepik/ Imagem gerada por IA
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Na imensidão gelada da Sibéria, a cratera de Popigai guarda um tesouro que intriga cientistas e economistas: a maior reserva de diamantes já identificada no planeta. Estimativas apontam que o local concentra trilhões de quilates dessas pedras preciosas, valor calculado em trilhões de dólares e capaz de abastecer a demanda global por séculos.
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Formada há cerca de 35 milhões de anos, após o choque de um asteroide de 8 km de diâmetro contra o solo, a cratera de Popigai tem 100 km de extensão e está entre as maiores estruturas de impacto conhecidas no mundo.
A energia liberada foi equivalente a milhões de artefatos nucleares, transformando grafita presente nas rochas em diamantes em questão de segundos.
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Esse processo geológico extremo produziu pedras de características muito específicas: em sua maioria, microsdiamantes de menos de dois milímetros, com estrutura hexagonal conhecida como lonsdaleíta, considerada ainda mais dura que o diamante comum.
Apesar de não atenderem ao padrão das gemas utilizadas em joalheria, os diamantes de Popigai têm enorme valor para a ciência e a indústria. Suas propriedades os tornam ideais para aplicações em nanotecnologia, engenharia de precisão, equipamentos médicos e até exploração espacial.
Para especialistas, a exploração dessa reserva pode alterar profundamente o mercado global. Enquanto reduz o valor de diamantes tradicionais usados em joias, abre caminho para uma nova era de aplicações científicas.
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Pesquisas sobre Popigai começaram nos anos 1970, em plena União Soviética, mas os resultados foram mantidos em sigilo. Na época, o regime acreditava que a descoberta poderia mudar a geopolítica mundial dos diamantes.
Documentos revelam ainda que, sob Stalin, prisioneiros de gulags chegaram a explorar parte da região, envolvendo a mina em um manto de mistérios e controvérsias.
Hoje, cientistas confirmam: Popigai abriga a maior reserva de diamantes do planeta. Embora os cristais sejam pequenos e mais úteis em abrasivos industriais do que em joalheria, a abundância e a dureza sem precedentes dessas pedras colocam a cratera siberiana no centro das atenções globais.
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Se explorada em larga escala, a mina pode não apenas desestabilizar o mercado de luxo, mas também inaugurar um novo capítulo na história da tecnologia e da indústria mundial.