, de novembro a abril, e invernos secos, de maio a outubro, este último, período mais procurado por turistas. Além do turismo de natureza, o local é um retrato vivo da história e das tradições que moldaram a região / Emerson Silva/ GOV
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Entre os rios Araguaia e Javaés, no oeste do Tocantins, estende-se a maior ilha fluvial do mundo: a Ilha do Bananal. Com cerca de 25 mil km², área comparável ao tamanho de Sergipe, ela é um verdadeiro santuário ecológico e cultural, abrigando comunidades indígenas e uma rica diversidade de biomas, que vão do Cerrado à Floresta Amazônica.
Descoberta em 26 de julho de 1773 pelo sertanista José Pinto Fonseca, a ilha recebeu inicialmente o nome de Ilha Sant’Ana. O título atual surgiu em razão dos extensos bananais silvestres que dominavam a paisagem.
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Apesar de passar boa parte do ano parcialmente submersa, a cada estação seca a Bananal ressurge com força, revelando varjões, campos, matas de transição e áreas alagadas, cenário perfeito para o ecoturismo e a pesca esportiva. Pirararas, pirarucus, surubins e caranhas são alguns dos atrativos para pescadores vindos de todo o país.
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A ilha também guarda um patrimônio humano singular. Nela vivem povos das etnias Karajá-Javaé, Avá-Canoeiro e Tapirapé, distribuídos entre aldeias e áreas preservadas, como a Terra Indígena Parque do Araguaia e a Terra Indígena Inãwébohona. No interior da densa “Mata do Mamão” vive um pequeno grupo de Avá-Canoeiros isolados, que rejeitam contato externo.
A biodiversidade é outro ponto de destaque: onças-pintadas, botos, garças-azuis e tartarugas-da-amazônia dividem espaço com orquídeas terrestres, maçarandubas e piaçavas. A convivência de ecossistemas tão distintos se deve à localização da ilha na faixa de transição entre o Cerrado e a Amazônia.
Com clima tropical quente e semiúmido, a Bananal alterna verões chuvosos, de novembro a abril, e invernos secos, de maio a outubro, este último, período mais procurado por turistas. Além do turismo de natureza, o local é um retrato vivo da história e das tradições que moldaram a região, fazendo da ilha não apenas a maior do planeta no seu tipo, mas também um patrimônio ambiental e cultural do Brasil.
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Apesar de a Ilha de Marajó, também no Brasil, ser maior em área total, ela é considerada uma ilha fluviomarinha, ou seja, é cercada tanto por água doce quanto por água salgada. A Ilha do Bananal, por sua vez, é exclusivamente fluvial, o que lhe confere o título de maior do mundo nesse quesito.