Os vasos sanguíneos foram identificados no fóssil apelidado de "Scotty", considerado o maior T. rex já encontrado e um dos mais completos da espécie / Wikimedia Commons/Reprodução
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A paleontologia acaba de ganhar um novo capítulo fascinante. Pesquisadores anunciaram a descoberta de vasos sanguíneos preservados em um fóssil de Tyrannosaurus rex, revelando detalhes inéditos sobre a vida e a recuperação de ferimentos desses gigantes pré-históricos. O achado foi publicado recentemente na revista Scientific Reports. As informações são do site The Conversation.
Os vasos sanguíneos foram identificados no fóssil apelidado de “Scotty”, considerado o maior T. rex já encontrado e um dos mais completos da espécie. Mantido no Museu Real de Saskatchewan, no Canadá, Scotty viveu há cerca de 66 milhões de anos e apresenta evidências de uma vida marcada por dificuldades: vários ossos fossilizados exibem lesões, incluindo uma fratura significativa em uma costela parcialmente cicatrizada.
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Foi justamente nesse osso que os cientistas encontraram uma rede de vasos mineralizados, resultado do processo de cicatrização. Segundo os pesquisadores, a fratura estimulou um aumento da atividade vascular, o que acabou preservado no registro fóssil.
Estudar tecidos moles em fósseis é um desafio, já que ossos fossilizados são densos e não podem ser danificados. Para superar isso, os cientistas usaram raios X síncrotron, uma tecnologia de alta intensidade produzida por aceleradores de partículas, capaz de penetrar no material e revelar microestruturas internas.
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As análises mostraram que os vasos estavam preservados em moldes mineralizados ricos em ferro, dispostos em duas camadas distintas, resultado das condições ambientais únicas que favoreceram sua fossilização.
A descoberta de vasos sanguíneos fossilizados oferece novas perspectivas sobre a biologia e a evolução dos dinossauros. O estudo pode ajudar a entender como o T. rex se recuperava de ferimentos e possibilitar comparações com espécies atuais, como as aves, que descendem diretamente desses animais.
Além disso, a pesquisa aponta caminhos para futuras explorações: fósseis com sinais de lesões ou doenças podem ser alvos promissores para encontrar tecidos moles preservados, algo raro no registro paleontológico.
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O trabalho interdisciplinar entre paleontologia e física mostra como a ciência pode avançar com o uso de novas tecnologias. Segundo os pesquisadores, os resultados abrem espaço para reconstruir a vida dos dinossauros de forma mais realista, aproximando-nos de detalhes que antes pareciam inacessíveis.
Com descobertas como essa, a história de criaturas como o T. rex deixa de ser apenas ossos e dentes para ganhar uma dimensão muito mais rica e surpreendente.