Cotidiano

Maior cemitério à beira-mar do mundo esconde histórias de naufrágios e sobrevivência

Mais do que um cenário desolador, o local se transformou em um parque nacional de paisagens dramáticas, fauna singular e histórias de sobrevivência quase impossíveis

Ana Clara Durazzo

Publicado em 02/09/2025 às 14:30

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O nome 'Costa dos Esqueletos' surgiu em razão das inúmeras ossadas de baleias que se espalhavam pela região, vítimas frequentes de encalhes / Reprodução/Amusing Planet

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No sudoeste da África, entre dunas douradas e o Atlântico gelado, estende-se a Costa dos Esqueletos, na Namíbia — considerada o maior cemitério natural de navios do planeta. Essa faixa costeira de 500 km de extensão, marcada por nevoeiros densos, mar revolto e correntes traiçoeiras, acumula os restos de milhares de embarcações encalhadas ao longo dos séculos.

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Mais do que um cenário desolador, o local se transformou em um parque nacional de paisagens dramáticas, fauna singular e histórias de sobrevivência quase impossíveis.

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A origem do nome

O nome 'Costa dos Esqueletos' surgiu em razão das inúmeras ossadas de baleias que se espalhavam pela região, vítimas frequentes de encalhes. Com o tempo, o termo passou a remeter também às carcaças enferrujadas de navios, hoje símbolos de um passado de exploração marítima e do período colonial alemão.

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As condições adversas — ventos fortes, correntes traiçoeiras e falta de água potável — faziam com que poucos marinheiros sobrevivessem após alcançar a costa.

Fauna e flora em condições extremas

Apesar de sua fama de deserto inóspito, a Costa dos Esqueletos abriga uma vida selvagem adaptada às adversidades. Leões do deserto, rinocerontes, elefantes, chacais, hienas marrons e girafas circulam pela região, enquanto grandes colônias de focas-do-cabo se concentram em pontos turísticos como o Cabo Cross.

A flora também impressiona: a welwitschia mirabilis, planta milenar que sobrevive com a umidade do nevoeiro, é um dos maiores símbolos da Namíbia. Além dela, espécies como o melão Nara, suculentas e líquens demonstram a capacidade de adaptação ao ambiente quase sem chuvas.

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O Parque Nacional da Costa dos Esqueletos

Criado para preservar a região, o parque é dividido em duas áreas:

Parte Sul (Ugab a Torra Bay): de acesso mais fácil, exige apenas autorização obtida nos portões de entrada.

Parte Norte (Torra Bay ao rio Kunene): de acesso restrito, só pode ser visitada com operadores turísticos autorizados, mas é considerada a área mais rica em paisagens e vida selvagem.

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O que fazer no destino

Mesmo em um ambiente tão hostil, a Costa dos Esqueletos oferece experiências únicas:

Pesca: considerada um paraíso para pescadores, com abundância de espécies marinhas.

Safáris e tours organizados: guias especializados levam os visitantes a observar a fauna do deserto e os icônicos navios encalhados.

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Voos cênicos: sobrevoos panorâmicos revelam dunas intermináveis, carcaças enferrujadas e a impressionante junção entre deserto e oceano.

Um destino de aventura e contemplação

Mais do que um cemitério de navios, a Costa dos Esqueletos é um testemunho da força da natureza e da resiliência da vida em ambientes extremos. Entre naufrágios lendários, ossadas marinhas e paisagens intocadas, o local é hoje um dos destinos mais emblemáticos da África — atraindo viajantes que buscam aventura, história e contato com um ecossistema único.

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