Cotidiano
Durante entrevista a correspondentes estrangeiros, presidente reforçou otimismo com o evento e elogiou o povo paraense, a culinária local e os avanços do país
Nos últimos dias, o presidente percorreu várias localidades no Pará / Ricardo Stuckert/Secom-PR
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Durante encontro com jornalistas internacionais nesta terça-feira (4), em Belém (PA), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou seu entusiasmo com a realização da COP30 na capital paraense e disse acreditar que o Brasil fará “a melhor conferência climática já organizada”.
Ele reconheceu que trazer o evento para o coração da Amazônia foi uma decisão desafiadora, mas estratégica para mostrar ao mundo a força e a diversidade da região.
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“Desde o início, sabíamos que seria um grande desafio realizar uma COP na Amazônia. Mesmo assim, optamos por isso porque queríamos que o mundo viesse conhecer nossa floresta, nosso povo e nossa realidade. Não buscamos comodidade, e sim provocar o diálogo e os olhares para esta parte fundamental do planeta”, afirmou Lula.
Nos últimos dias, o presidente percorreu várias localidades no Pará, incluindo a Aldeia Vista Alegre do Capixauã, a Comunidade Jamaraquá e o Quilombo Itacoã-Miri, além de acompanhar as obras de modernização do Aeroporto Internacional de Belém e a requalificação do Porto de Outeiro. Após as visitas, reforçou a confiança no sucesso da conferência:
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“Tenho certeza de que vamos fazer a melhor COP de todas as COPs. Já realizamos o melhor G20 e o melhor BRICS, e faremos o mesmo com a COP30”, declarou o presidente, visivelmente otimista.
Lula listou quatro razões para o sucesso da COP em Belém: o local, a estrutura, o acolhimento e a culinária.
“O espaço está preparado, a segurança é eficiente e o povo de Belém é alegre e acolhedor – qualquer estrangeiro vai se sentir em casa aqui. E, quando conhecerem a nossa culinária, vão entender o orgulho que temos de ser brasileiros”, afirmou.
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Segundo ele, a conferência também será uma oportunidade de mostrar o Brasil como vitrine da biodiversidade e da hospitalidade amazônica.
Lula destacou o papel histórico do Brasil nas negociações climáticas, afirmando que o país é “respeitado e ouvido” nas conferências da ONU.
“O Brasil sempre foi um dos países que mais dialogam nas COPs. Temos credibilidade porque apresentamos resultados concretos. O desmatamento na Amazônia caiu 50% em relação a 2022, e 45% em outros biomas. Isso mostra nosso compromisso real com o planeta”, destacou.
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O presidente ressaltou ainda que o país tem seis biomas essenciais – Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampa –, e que todos devem ser parte do debate sobre preservação e equilíbrio ambiental.
Ao comentar a liderança brasileira na transição energética, Lula lembrou que 87% da matriz elétrica nacional vem de fontes renováveis, o que coloca o Brasil entre os países mais sustentáveis do mundo.
“O Brasil é protagonista em energia limpa. Somos grandes produtores de biocombustíveis e etanol, e estamos avançando rapidamente na produção de hidrogênio verde, energia eólica e solar”, ressaltou o presidente.
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Questionado sobre a possível exploração de petróleo na Margem Equatorial, Lula reafirmou que qualquer decisão será tomada com cautela e rigor técnico.
“Temos autorização apenas para o teste. Se for comprovada a existência de petróleo, todo o processo será reavaliado e licenciado dentro da legalidade. Se houver exploração, será feita com o máximo de responsabilidade”, garantiu.
O presidente reconheceu, porém, que o petróleo ainda é essencial à economia mundial:
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“Seria irresponsável dizer que o Brasil deixará de usar petróleo agora. Nenhum país pode simplesmente abrir mão dele de um dia para o outro. Precisamos agir com equilíbrio e responsabilidade”, concluiu Lula.