Conheça o fenômeno da lua de sange / Foto: Youtube/Reprodução
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A Lua de Sangue é um dos espetáculos naturais mais belos e simbólicos do céu noturno. Ela ocorre durante um eclipse lunar total e ganha sua coloração avermelhada a partir da filtragem da luz solar pela atmosfera terrestre.
O fenômeno desperta curiosidade, inspira mitos e aparece em textos religiosos como sinal de mudança ou alerta. Enquanto a ciência explica com clareza a origem da cor vermelha, diferentes tradições interpretam o evento de maneiras únicas.
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Haverá uma "Lua de Sangue" (Eclipse Lunar Total) no início de Março de 2026, visível em partes da Ásia, Austrália, Oceano Pacífico e Américas, incluindo o Brasil (parcialmente), sendo uma ótima chance para observar o fenômeno no país após um tempo sem eclipses lunares totais visíveis por aqui.
A seguir, veja por que ele acontece, como observá-lo e o que ele representa na Bíblia e em culturas antigas.
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Durante um eclipse lunar total, a sombra da Terra cobre completamente a Lua. No entanto, o satélite não desaparece: ele recebe a luz solar que contorna a Terra e atravessa a atmosfera, sendo filtrada antes de atingir sua superfície. Apenas os tons avermelhados passam, criando o efeito que dá nome ao fenômeno.
Esse processo óptico é explicado pela dispersão de Rayleigh, que absorve e espalha as luzes de frequência mais alta. Assim, ondas curtas, como azul e violeta, se perdem no caminho, enquanto o vermelho, mais resistente, alcança a Lua. A intensidade da cor pode variar conforme a poluição, poeira e partículas presentes na atmosfera.
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Quando o eclipse acontece durante o perigeu lunar, a Lua parece maior, criando a combinação conhecida como “Super Lua de Sangue”. Essa união de fatores torna o evento extremamente raro e visualmente impressionante, atraindo observadores de todo o mundo.
A observação da Lua de Sangue é simples e totalmente segura, podendo ser feita a olho nu. Para quem deseja um olhar mais detalhado, binóculos e telescópios oferecem uma experiência enriquecida, ampliando elementos como crateras, sombras e nuances de cor.
Locais com pouca luz artificial são os mais indicados. Em grandes cidades, a poluição luminosa pode comprometer a visão, por isso pontos afastados, como praias, serras e áreas rurais, são ideais para garantir um céu mais escuro e claro. Quanto mais limpo o céu, mais vibrante será a percepção da coloração avermelhada.
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Acompanhar calendários de eclipses divulgados por agências astronômicas é essencial. Eles indicam horários precisos de início, meio e fim do evento, permitindo que você se prepare para observar todas as etapas, especialmente o momento em que a Lua atinge seu tom vermelho mais intenso.
Várias passagens da Bíblia mencionam a Lua transformada em sangue como parte de visões proféticas. Em Joel 2:31, por exemplo, a coloração vermelha aparece como um dos sinais que antecedem o “grande dia do Senhor”. Essa imagem foi amplamente interpretada ao longo dos séculos e se tornou parte do imaginário apocalíptico cristão.
Em Apocalipse 6:12, a Lua novamente se torna vermelha durante a abertura dos selos, acompanhada de terremotos e eventos dramáticos que compõem o cenário do juízo final. Tais descrições reforçam o papel simbólico da Lua como marcador de grandes transformações espirituais ou sociais.
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Apesar das associações religiosas, a ciência demonstra que os eclipses mencionados não podem ocorrer simultaneamente da forma como os textos sugerem. Assim, estudiosos entendem essas imagens como metáforas potentes usadas para transmitir mensagens espirituais e não como previsões astronômicas exatas.
Ao longo da história, diferentes povos interpretaram a Lua de Sangue de maneiras diversas. Algumas culturas viam nela um prenúncio de instabilidade, guerras ou desastres naturais. Para egípcios e mesopotâmicos, a Lua avermelhada simbolizava momentos de alerta e rituais eram realizados para neutralizar presságios negativos.
Outras sociedades, como tribos indígenas norte-americanas, associavam o fenômeno a ciclos de renovação e espiritualidade. A Lua vermelha representava uma mudança energética profunda e um convite para reflexão e transformação interior. Esse entendimento positivo reforçava a conexão entre céu, natureza e vida cotidiana.
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Mesmo na contemporaneidade, a Lua de Sangue continua a exercer influência simbólica. Ela inspira debates, teorias, crenças e reflexões sobre ciclos pessoais e mudanças coletivas. A combinação entre ciência e misticismo mostra que, apesar do avanço tecnológico, o céu ainda desperta encanto, e a Lua de Sangue é uma de suas manifestações mais fascinantes.