Cotidiano
Segundo a ONG, 74,4% do lixo encontrado tem procedência chinesa. Entre os itens estão produtos de limpeza, temperos, sabonetes, embalagens de macarrão e até botijões de gás
A presença de lixo internacional nas praias de São Paulo aumentou 500% / Reprodução/ONG Ecomov
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Diretamente 'do outro lado do mundo', um botijão de gás com inscrições em mandarim chamou a atenção de ativistas ambientais em Peruíbe, no litoral de São Paulo. Ele foi encontrado pela ONG Ecologia em Movimento (Ecomov), que desde 2019 já identificou mais de 4,7 mil itens de lixo internacional nas praias paulistas e no Vale do Ribeira. Mas, afinal, como esse material veio parar aqui?
A presença de lixo internacional nas praias de São Paulo aumentou 500% nos últimos cinco anos, de acordo com levantamento realizado Ecomov. Somente em Peruíbe, entre 2023 e 2024, foram recolhidos cerca de 1.200 itens de origem estrangeira. E a origem majoritária deste resíduos é a China.
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Segundo a ONG, 74,4% do lixo encontrado tem procedência chinesa. Entre os itens estão produtos de limpeza, temperos, sabonetes, embalagens de macarrão e até botijões de gás, como citado anteriormente.
Embora as correntes marítimas possam trazer resíduos de outros países, especialistas descartaram essa hipótese como principal explicação. Isso porque muitos produtos estavam ainda no prazo de validade, o que indica que foram descartados recentemente.
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Para o professor Alexander Turra, do Instituto Oceanográfico da USP, em entrevista ao jornal Metrópoles, a explicação mais plausível é o descarte irregular feito por embarcações internacionais.
Esses navios, que passam pelo Porto de Santos, preferem lançar o lixo no mar para evitar custos com o descarte correto em terra.
Enquanto isso, em Santos, as Ecoboats prometem recolher até 5 toneladas de lixo do mar por mês. Entenda.
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Além do volume, preocupa a composição do lixo. Já foram encontrados produtos com Gamazyme BTC, substância corrosiva e tóxica para a vida marinha, que também pode causar lesões oculares em humanos.
A gravidade do caso levou o Ministério Público de São Paulo (MPSP) a abrir um inquérito civil para apurar a origem e buscar responsabilização.