Lily Allen esmaga ex-marido em novo disco com exposição e fofoca

Sete anos após seu último trabalho, Lily Allen retornou à cena musical nesta sexta-feira (24) com um estrondo. Seu 5º álbum, “West End Girl”, mal foi lançado e já está sendo decifrado pelos fãs como um "exposed" lírico e brutal de seu casamento de quatro anos com o ator David Harbour.

Embora o divórcio tenha sido confirmado em fevereiro, o motivo nunca havia sido detalhado. Agora, Lily usa 14 faixas compostas em apenas 10 dias para narrar uma história emocionalmente traumática.

"Foi difícil fazer este disco. Foi incrivelmente maníaco e emocionalmente traumático. Mas nada pareceu forçado. Simplesmente saiu de mim. E acho que é isso o que acontece quando você compõe a partir de um lugar de verdade, sem cronograma. Este álbum foi puramente pra mim e uma forma de processar coisas que estavam passando na minha vida privada“, explicou a cantora à revista Perfect.

À Vogue britânica, ela confirmou as alusões: “Há coisas no álbum que eu vivenciei dentro do meu casamento, mas isso não quer dizer que seja estritamente literal. É inspirado no que aconteceu no relacionamento“.

Era conto de fadas?

O álbum segue uma narrativa quase cinematográfica. Na faixa-título, Lily descreve a mudança para Nova York e uma proposta de casamento que a fez se sentir "estranha". 

“Agora estou procurando casas com quatro ou cinco andares. Você encontrou um sobrado para nós e disse: ‘Você quer? É seu’. Eu nunca poderia pagar por isso. Você estava pressionando e me fez sentir um pouco estranha“.

A virada ocorre quando ela consegue um papel em uma peça de Londres. “Foi aí que seu comportamento começou a mudar. Achei aquilo muito estranho, muito estranho“, entoa.

O ápice da primeira música é a reprodução de um telefonema, em que a outra pessoa (presumivelmente Harbour) pede um relacionamento aberto, mudando o tom de Lily de "entusiasmada" para "visivelmente triste":

“Oi, como vai? Sinto sua falta!“, diz a cantora, entusiasmada, antes de mudar o tom de voz e ficar visivelmente triste. Com longas pausas, ela expressa: “É… É?… É… Certo… É… OK… Bem, quer dizer, isso não me faz sentir bem… Se é isso que você precisa, então… Eu acho… Bem, como vai funcionar?… Certo… Quer dizer, isso me deixa muito triste, mas… Não, estou bem, estou bem, eu só… quero que você seja feliz… Falo com você mais tarde. Eu te amo“.

Noites em claro

Em “Ruminating”, a cantora revela noites sem dormir pensando nas relações sexuais do parceiro: “Não consigo me livrar da imagem dela nua em cima de você. Você a beijou nos lábios e olhou nos olhos dela? Agora que acabou, querido, você não vai me dizer que eu ainda sou sua número um? Porque você é meu número um“.

A relutância em aceitar a abertura do casamento é nítida em “Nonmonogamummy”: “Eu não quero transar com mais ninguém. Eu sei que é tudo o que você quer fazer. Estou tão comprometida que me perderia porque eu não quero perder você. Tenho tentado ser aberta e só quero entender as suas necessidades“.

A situação se deteriora em “Tennis” e “Madeline”. Lily revela as regras do acordo: “Tínhamos um acordo. Sejam discretos e não sejam descarados. Tinha que haver pagamento e tinha que ser com estranhos“.

Porém, a situação explode quando ela descobre que o parceiro quebrou as regras, desenvolvendo uma conexão emocional com outra pessoa: “Eu li suas mensagens e agora me arrependo. Não consigo entender como você tem jogado tênis. Se fosse só sexo, eu não ficaria com ciúmes. Você não joga comigo“.

A faixa termina com um questionamento: “Você mudou as regras. Você quebrou as regras. Eu tentei me acomodar, mas você me fez de boba. Quem diabos é Madeline?“.

Entrando em ruínas

Em “Madeline”, a cantora lista as perguntas que enviou à outra mulher, revelando o pânico da situação: “Eu sei que nada disso é culpa sua. Diga-me a verdade e as motivações dele. Não posso confiar em nada que sai da boca dele. Há quanto tempo isso está acontecendo? É só sexo ou há emoção? Ele me disse que ficaria em quartos de hotel. Nunca seria exposto. Tínhamos um acordo“.

Uma das faixas mais chocantes é “Pussy Palace”, onde ela detalha o que encontrou ao retirar os pertences dele: “Encontrei uma caixa de sapatos cheia de cartas escritas à mão de mulheres de coração partido desejando que você pudesse ter sido melhor. Lençóis arrancados da cama, espalhados pelo chão. Cabelo preto e comprido, provavelmente da noite anterior. Uma bolsa Duane Reade com as alças amarradas. Brinquedos sexuais, plugs anais, lubrificantes. Você está tão quebrado. Como eu fui parar na sua vida dupla?“.

Nesta música, Lily especula que o parceiro estava envolvido com alguém famoso, após encontrar o recibo de uma bolsa cara em uma loja de departamento. Ela debocha: “Não queremos que ela pense que você traiu sua esposa. Você é um covarde. Não consegue dizer a verdade. Você ama todo esse poder, mas você nem é bonitinho“.

Em "Just Enough", a situação se torna ainda mais dramática, com uma suspeita de gravidez: “Por que estamos aqui falando sobre vasectomia? Você engravidou alguém? Alguém que não sou eu? Você a levou à clínica? Você segurou a mão dela? Ela está esperando seu bebê?“.

No final, em “Fruityloop”, Lily parece fechar o ciclo de dor: “Finalmente eu vejo que não sou eu, é você. E não havia nada que eu pudesse fazer“, desabafa. O álbum é um relato cru e sem filtros de um divórcio que, ao que tudo indica, foi muito mais tumultuado do que se pensava.