A Organização Meteorológica Mundial alerta para instabilidade em diversas regiões do planeta / Divulgação
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A formação da La Niña no Pacífico Equatorial, agora oficialmente reconhecida por centros meteorológicos internacionais, começa a reposicionar o comportamento climático do hemisfério sul e terá reflexos diretos no Brasil.
O resfriamento das águas na faixa central e leste do oceano, que se intensificou entre setembro e outubro de 2025, inaugurou um episódio mais curto e fraco do fenômeno, mas ainda capaz de alterar chuvas, temperatura e até a dinâmica energética do país.
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Enquanto a Organização Meteorológica Mundial alerta para instabilidade em diversas regiões do planeta, a previsão específica para o território brasileiro indica padrões típicos de La Niña: mais chuva no Norte e Nordeste, temperaturas menos extremas no Sul e Sudeste e um cenário mais favorável para a recuperação dos reservatórios hidrelétricos.
A mudança começou a ser observada no fim de 2025. As águas do Pacífico Central e Oeste passaram a registrar resfriamento persistente, aproximando os indicadores do limite para classificação de La Niña.
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Em outubro, a Administração Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos confirmou o evento, com anomalias na região Niño 3.4 dentro da faixa de intensidade fraca, chegando a cerca de -0,5°C.
O fenômeno tende a durar entre três e cinco meses, com possibilidade de transição para condições neutras entre janeiro e março ou abril de 2026.
Apesar de menos intenso do que episódios anteriores, como o prolongado evento de 2020 a 2023, suas repercussões já são monitoradas por agências meteorológicas internacionais e brasileiras.
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As projeções indicam mudanças importantes para diferentes regiões do país. A tendência mais marcante é o aumento do volume de chuvas no Norte e Nordeste, um padrão típico influenciado pelo resfriamento no Pacífico.
No Sul e Sudeste, a previsão aponta um verão mais ameno, com menor risco de ondas de calor intensas.
Por outro lado, a configuração climática cria um cenário positivo para o setor energético. Reservatórios hidrelétricos devem receber maiores volumes de água, favorecendo o abastecimento e reduzindo pressões sobre o sistema elétrico nacional.
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Além da alteração no regime de chuvas e temperaturas, especialistas reforçam que o fenômeno não amenizará o calor global acumulado, já que sua intensidade é classificada como fraca pela OMM e pela NOAA.
Ainda assim, a influência é suficiente para reorganizar padrões atmosféricos e gerar impactos regionais expressivos.
Mesmo de curta duração, a La Niña tende a influenciar o comportamento climático de diversos países.
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A previsão do Instituto Internacional de Pesquisa em Clima, utilizada no acompanhamento global do ENOS, indica probabilidade de 60% de permanência do fenômeno até o trimestre dezembro de 2025 a fevereiro de 2026.
As incertezas aumentam conforme o avanço do calendário, e por isso órgãos meteorológicos recomendam o acompanhamento das atualizações mensais sobre La Niña, El Niño e projeções climáticas oficiais.
Para o Brasil, o novo episódio se traduz em um verão menos extremo no Sul-Sudeste, mais chuvas no Norte-Nordeste e uma possível trégua para os reservatórios, mesmo em um contexto de aquecimento global que continua a desafiar previsões e padrões históricos.
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