Cotidiano

Justiça proíbe atuação de crianças influencers sem autorização prévia

Decisão atinge Instagram e Facebook e prevê multa de R$ 50 mil por dia em caso de descumprimento

Luna Almeida

Publicado em 28/08/2025 às 07:20

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Expor crianças na internet para fins de lucro sem avaliação judicial traz riscos imediatos e sérios / Pexels/Kampus Production

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A Justiça do Trabalho proibiu que crianças e adolescentes atuem como influenciadores digitais no Facebook e no Instagram sem autorização judicial. A decisão foi tomada nesta quarta-feira (27) pela 7ª Vara do Trabalho de São Paulo e determina multa diária de R$ 50 mil por perfil irregular.

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A medida atende a uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Ministério Público de São Paulo, que também pedem R$ 50 milhões de indenização por danos morais coletivos. 

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Além disso, as plataformas deverão adotar mecanismos de controle capazes de identificar e exigir a apresentação de alvarás judiciais em contas com atuação comercial de menores.

Riscos apontados pela Justiça

Na decisão, a magistrada destacou que expor crianças na internet para fins de lucro sem avaliação judicial traz riscos imediatos e sérios, como:

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  • pressão para manter rotina intensa de produção de conteúdo, afetando a saúde física e mental;
     
  • ataques virtuais e danos à autoestima;
     
  • uso indevido da imagem, já que fotos e vídeos podem ser copiados e compartilhados sem limite;
     
  • prejuízo escolar, com a substituição dos estudos pelo trabalho;
     
  • perda de experiências próprias da infância.

O MPT argumenta que o objetivo não é impedir a participação artística de crianças e adolescentes, mas garantir que ela aconteça dentro dos parâmetros legais e com proteção adequada.

Contexto de exploração na internet

As investigações do Ministério Público foram acompanhadas por dados preocupantes. A Polícia Civil de São Paulo, por meio do Núcleo de Observação e Análise Digital (NOAD), identificou ao menos 700 vítimas de exploração sexual infantil no Brasil com imagens distribuídas em plataformas digitais.

De acordo com o levantamento, meninos e meninas foram aliciados para práticas criminosas que envolvem estupros virtuais, automutilações, maus-tratos a animais e até induzimento ao suicídio. 

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A apuração revelou ainda que os envolvidos atuavam como organização criminosa, promovendo a venda de material de pornografia infantil pela internet.

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