Cotidiano

Joia eterna: a tecnologia que transformou Jô Soares e Preta Gil em diamantes

O diamante sintético replica as condições geológicas da Terra para transformar o carbono das cinzas em uma joia real. Entenda o processo, o crescimento do mercado e o profundo valor afetivo

Giovanna Camiotto

Publicado em 24/11/2025 às 09:40

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As cinzas de Preta Gil e de Jô Soares viraram cristais destinados aos amigos e familiares / Reprodução/Instagram

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O "Fantástico" exibiu neste domingo (23) as primeiras imagens do diamante-memorial criado a partir das cinzas da cantora Preta Gil (1974-2025). A pedra de apenas 0,3 quilates, que será destinada aos familiares e amigos próximos, reacendeu a curiosidade dos brasileiros sobre a tecnologias que também atendeu Flávia Soares, a ex-esposa do apresentador Jô Soares (1938-2022).

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O diamante feito de cinzas de cremação é classificado como diamante sintético ou 'bio diamante', algo que é quimicamente e opticamente idêntico aos diamantes extraídos da natureza. A diferença reside no tempo e na origem de sua formação. Enquanto os naturais se formam ao longo de milhões de anos sob a crosta terrestre, os de laboratório são desenvolvidos em um período muito menor, replicando as condições extremas.

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Como são produzidos?

O material orgânico, ou as cinzas de cremação, fornecem o carbono essencial para criar uma única joia com cerca de 200 gramas de cinzas. Este carbono é submetido à tecnologia de Alta Pressão e Alta Temperatura (HPHT). Isso significa que o material é levado a pressões elevadíssimas e temperaturas que atingem até 1.500 °C.

Sob essas condições, o carbono se transforma primeiro em grafite e, em seguida, em cristais de diamante. Segundo Mylena Cooper, CEO da The Diamond, essa tecnologia avançada "replica as condições geológicas que formam diamantes naturais," resultando em uma pedra que compartilha a mesma composição química e estrutura física do diamante de mina.

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O mercado de diamantes produzidos em laboratório tem experimentado um crescimento estrondoso. As vendas globais saltaram de quase US$ 1 bilhão em 2016 para aproximadamente US$ 12 bilhões em 2022. Este crescimento se deve a diversos fatores, incluindo a tecnologia aprimorada e o apelo ambiental, já que o processo evita o impacto da mineração.

O valor é a memória afetiva

No entanto, o principal motor por trás do diamante memorial é o valor afetivo. As histórias de famílias que buscam nesta joia um símbolo "inquebrável" de união e memória demonstram que esta joia vai muito além do seu valor comercial. Embora o diamante seja real, ele é classificado como de laboratório e seu valor de revenda é baixo, então, o verdadeiro preço reside na memória eternizada.

Cada diamante memorial é acompanhado por um número de certificação gravado a laser e o nome da pessoa homenageada, garantindo sua autenticidade e a carga emocional. A duração total do processo, da cristalização à lapidação e certificação, pode levar de 3 a 12 meses, dependendo do tamanho e da customização.

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No Brasil, o custo para transformar cinzas em diamante varia significativamente de acordo com as especificações da joia. Os pequenos diamantes (0,05–0,1 quilates) podem começar em torno de R$ 3.800, sendo a opção mais acessível.

Já para diamantes intermediários (0,2 a 0,5 quilates), como o de 0,3 quilates de Preta Gil, os valores geralmente ficam entre R$ 10 mil e R$ 25 mil. Joias maiores ou altamente personalizadas podem custar entre R$ 30 mil e mais de R$ 100 mil.

Ao transformar a ausência em um brilho permanente, o diamante memorial se estabelece como um rito de despedida moderno que une afeto, ciência e espiritualidade.

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