Se antes era visto como um mau agouro, hoje o bico de viúva é considerado por muitos um charme natural, capaz de dar um diferencial ao rosto / Wikimmedia Commons
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Você já reparou em pessoas que têm a linha do cabelo formando um 'V' bem no centro da testa? Essa característica, conhecida como bico de viúva (widow’s peak, em inglês), é apenas um traço genético, mas que ao longo da história carregou uma forte carga simbólica, muitas vezes negativa.
O primeiro registro do termo em inglês data de 1681, quando o botânico inglês Nehemiah Grew usou a expressão para descrever um tecido em formato de “V”. Antes disso, no final do século XVI, já existia a expressão widow’s lock, usada para se referir a um cacho solto de cabelo na testa.
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Com o tempo, o nome ganhou conotações sombrias, sendo associado à viuvez e à má sorte.
No folclore europeu, acreditava-se que nascer com bico de viúva era sinal de que a pessoa perderia o cônjuge cedo. Duas teorias ajudam a explicar essa ligação:
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O formato do 'V' lembrava o biquoquet, capuz pontudo usado por viúvas na Idade Média como parte do traje de luto.
Outra versão remete a Ana da Bretanha, rainha da França no século XV, que ficou viúva aos 22 anos e usava um chapéu em formato de 'V' durante o luto.
Assim, a simples característica capilar acabou cercada de misticismo e presságios negativos.
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Na prática, o bico de viúva é apenas hereditário, passado de pais para filhos, e pode aparecer em homens e mulheres. Não indica calvície ou problemas de saúde.
Sua intensidade varia: em algumas pessoas o 'V' é mais marcado, em outras quase imperceptível.
Pode estar associado, em casos raríssimos, a síndromes genéticas como Waardenburg, Aarskog e Donnai-Barrow.
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Se antes era visto como um mau agouro, hoje o bico de viúva é considerado por muitos um charme natural, capaz de dar um diferencial ao rosto. Celebridades e personagens fictícios ajudaram a popularizar o estilo.
Ainda assim, há quem prefira disfarçar ou até recorrer a tratamentos estéticos a laser para suavizar a marca. Por outro lado, penteados como franjas ou repartições laterais podem valorizar ou esconder a característica, dependendo da preferência pessoal.
Em resumo: o bico de viúva, outrora ligado a superstições sombrias, nada mais é do que uma singularidade genética. Hoje, longe das crenças do passado, é encarado como um detalhe estético que pode ser visto como traço de identidade e até de beleza.
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