06 de Outubro de 2024 • 11:10
O governo brasileiro informou, por meio de nota, que “condena com veemência o covarde atentado” praticado na manhã de hoje (18) contra o Museu do Bardo, em Túnis, que causou, de acordo com o primeiro-ministro da Tunísia, Habib Essid, a morte de pelo menos 19 pessoas, incluindo 17 turistas, além dos dois homens armados que realizaram os ataques.
“O governo brasileiro reitera seu absoluto repúdio a atos de terrorismo e ataques contra civis inocentes, praticados sob qualquer pretexto”, informa a nota divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores. “Neste momento de luto e tristeza, o governo brasileiro estende ao povo e ao governo da Tunísia, assim como às famílias das vítimas de diferentes nacionalidades, sua solidariedade”.
Na nota, o governo brasileiro elogia o “admirável processo de transição democrática, abrangente e inclusivo” levado adiante na Tunísia e observa que o país sediará, no próximo fim de semana, o Fórum Mundial Social, com a participação de uma grande delegação brasileira.
O atentado ao Museu do Bardo foi praticado, de acordo com as autoridades tunisianas, por dois homens armados. Segundo a polícia, os turistas assassinados são de nacionalidades polonesa, italiana, alemã e espanhola.
Segundo o primeiro-ministro tunisiano, Habib Essid, os terroristas vestiam uniformes militares e abriram fogo contra os turistas quando eles saíam de um ônibus, obrigando-os a refugiarem-se no interior do museu.
O ministro da Saúde, Said Aidi, disse à imprensa que 38 pessoas ficaram feridas no ataque, entre as quais turistas da França, Itália, Polônia, Japão e África do Sul. Segundo o porta-voz do Ministério do Interior, Mohamed Ali Aroui, cerca de 100 turistas estavam no museu quando ocorreu o ataque.
Este é um dos mais graves atentados contra estrangeiros na Tunísia desde que, em 2002, a Al Qaeda atacou uma sinagoga na Ilha de Djerba, matando 14 alemães e dois franceses, além de cinco tunisianos. Até o momento, o ataque não foi reivindicado por nenhum grupo.
O ataque ocorre a uma semana da abertura do Fórum Social Mundial, na Universidade El Manar, em Túnis. O evento vai de 24 a 28 de março.
O Museu Nacional do Bardo, conhecido pela vasta coleção de mosaicos da Antiguidade, está ao lado do Parlamento da Tunísia, onde os trabalhos foram suspensos durante o ataque. A Tunísia tem registrado um aumento do extremismo islâmico desde a revolução de 2011 que pôs fim ao regime de Zine El Abidine Ben Ali.
O país tem registrado crescente radicalização de jovens islâmicos. As autoridades estimam que cerca de 3 mil jovens tenham ido para o Iraque e a Síria combater ao lado de grupos jihadistas. Pelo menos 500 desses jovens já voltaram para a Tunísia.
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