O governo italiano anunciou ainda que pretende emitir quase 500 mil vistos de trabalho / Pexels/JÉSHOOTS
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A Itália enfrenta um cenário de escassez de profissionais da saúde e decidiu buscar soluções fora de suas fronteiras. Médicos, enfermeiros e técnicos brasileiros estão entre os mais requisitados para ocupar vagas em hospitais, clínicas e casas de repouso, com salários que podem alcançar 7 mil euros – o equivalente a R$ 44,6 mil.
A medida ganhou força após o decreto Milleproroghe, que flexibilizou o reconhecimento de diplomas internacionais. Com isso, profissionais estrangeiros podem atuar de forma temporária no país antes mesmo da validação definitiva de suas formações.
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A demanda não se restringe apenas às grandes instituições médicas. Há oportunidades em geriatria, centros comunitários e até projetos humanitários.
O governo italiano anunciou ainda que pretende emitir quase 500 mil vistos de trabalho até 2028 como parte de uma estratégia para enfrentar o envelhecimento populacional.
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Além do salário elevado, os profissionais selecionados terão apoio em custos de moradia e passagens aéreas.
Após dois anos de atividade, há também a possibilidade de solicitar a cidadania italiana, ampliando os horizontes de quem decide se estabelecer definitivamente no país europeu.
Apesar das oportunidades atrativas, o processo exige preparação. O primeiro passo é reunir os documentos acadêmicos traduzidos para o italiano por tradutor juramentado, acompanhados da Apostila de Haia e da chamada Declaração de Valor. O domínio do idioma também é indispensável.
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Embora alguns hospitais ofereçam cursos de italiano, é recomendável que o candidato inicie os estudos antes de se inscrever.
As vagas são divulgadas em editais regionais e em portais de emprego italianos, com termos como ospedale (hospital), medico (médico) e infermiere (enfermeiro).
Após a oferta de uma posição, o profissional deve solicitar o visto de trabalho junto ao consulado italiano no Brasil. Já em território europeu, é necessário solicitar o permesso di soggiorno (autorização de residência).
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Outro ponto essencial é o registro profissional: médicos devem se inscrever no Ordine dei Medici e enfermeiros no Ordine degli Infermieri. Somente com essa etapa concluída é possível exercer a profissão de forma oficial e permanente na Itália.
Segundo a Câmara de Comércio Itália-Brasil, o intercâmbio de mão de obra é estratégico: de um lado, o Brasil forma profissionais de saúde reconhecidos pela qualidade técnica; de outro, a Itália sofre com a falta urgente de trabalhadores para manter seu sistema de atendimento.