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Negociadores palestinos e israelenses reunidos em Washington concluíram nesta terça-feira a primeira rodada de discussões sobre um futuro acordo de paz e concordaram em voltar a se encontrar dentro de duas semanas. A reunião deve ocorrer em Israel ou nos territórios ocupados. Ao divulgar o resultado dos primeiros contatos de paz em anos, o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, voltou a afirmar que espera anunciar a criação de um Estado palestino em nove meses.
Ao lado dos chefes das delegações israelense e palestina em Washington, Kerry disse considerar que os dois lados mostraram-se comprometidos com "negociações contínuas e substanciais sobre as questões centrais" que os dividem.
"Israel está esperançoso, mas não pode ser ingênuo", disse a ministra da Justiça de Israel, Tzipi Livni. "Viemos de uma região instável e problemática. Não podemos nos permitir isso."
O principal negociador palestino, Saeb Erekat, pediu esforço na criação de um Estado independente e comemorou que "todos os assuntos" estejam sendo discutidos. "Já sofremos demais", disse. "É hora de os palestinos terem um Estado soberano e próprio para viver com paz e dignidade."
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Mais cedo, as duas equipes de negociadores se reuniram com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, na Casa Branca.
Segundo Kerry, ambos concordaram em tentar chegar a um acordo final em nove meses. "Foram negociações produtivas e devem recomeçar em duas semanas", declarou o chefe da diplomacia norte-americana. "O tempo de uma paz duradoura chegou."
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O chanceler norte-americano também qualificou de muito positiva a reunião de hoje na Casa Branca entre Obama, o vice-presidente dos EUA, Joseph Biden, Tzipi Livni e Saeb Erekat. Segundo o secretário de Estado, o "compromisso pessoal" de Obama com o reatamento destas negociações de paz, paralisadas desde 2010, foi essencial.
Kerry admitiu que o caminho para se chegar à paz será difícil, mas disse estar convencido de que um acordo será alcançado graças aos esforços e a experiência das equipes negociadores. Ele também afirmou que ambas as partes devem estar comprometidas com a toma de decisões difíceis e o objetivo continua sendo a existência de dois Estados vivendo um ao lado do outro em paz e segurança. "Tanto israelenses como palestinos têm preocupações de segurança legítimas", frisou o chefe da diplomacia norte-americana.
Diante da retomada do processo de paz, o Quarteto para o Oriente Médio, formado por Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas, fez hoje um apelo a israelenses e palestinos para que não "minem a confiança" mútua neste momento em que reiniciam as negociações de paz. O grupo prometeu seu apoio às duas partes no "compromisso de conseguir uma solução negociada de dois estados no prazo acertado de nove meses".
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