Cotidiano
Em uma pequena propriedade do interior, turismo rural, colheita artesanal e memórias afetivas se unem para transformar frutas em experiência
Em 2021, nascia oficialmente o Regalos do Interior, que virou referência em turismo rural, acolhimento e experiências ao ar livre / ImageFX
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No coração de Lajeado Grande, no Oeste de Santa Catarina, existe um pedaço de terra onde o tempo desacelera, o cheiro de fruta madura invade o ar e as tradições ganham novos significados. É ali que fica o Regalos do Interior, a propriedade administrada pelo casal Dani Jannuzzi e Rafael Fochezatto, que transformou a história da família em um destino de turismo rural que vem conquistando visitantes de toda a região.
A trajetória do Regalos nasce muito antes de Dani e Rafael. São mais de 60 anos de história, desde os bisavós italianos que chegaram à região, passando pelos pais de Rafael, até chegar ao jovem casal que decidiu reinventar o espaço.
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Rafael, técnico-agrícola e apaixonado por frutas desde pequeno, levou Dani — turismóloga e ex-servidora da prefeitura de Chapecó — para conhecer a terra onde cresceu. Foi o suficiente para que ela visualizasse algo maior.
— Quando vi a história, a terra e o que aquilo representava, abriu um monte de possibilidades, lembra Dani.
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Com o incentivo do pai de Rafael, seu Valdecir, o casal ganhou um espaço para criar algo novo. Assim começaram os pomares de citrus, uvas, amoreiras e pêssegos — estes últimos, hoje, o grande destaque da produção.
Com o aumento da colheita, vieram também os excedentes. A solução? Uma cozinha legalizada na propriedade para transformar a produção em geleias, caldas e produtos artesanais.
O passo natural seguinte foi abrir os portões ao público. Em 2021, nascia oficialmente o Regalos do Interior, que virou referência em turismo rural, acolhimento e experiências ao ar livre, especialmente num período pós-pandemia em que as pessoas buscavam exatamente isso: natureza, calma e simplicidade.
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O café colonial rapidamente virou o carro-chefe, seguido pela atividade mais aguardada pelos visitantes: o colha e pague.
Neste momento, os pêssegos brancos Campai e Fascínio são a sensação e devem render cerca de 600 kg nesta safra.
— A fruta está muito doce, muito saborosa, celebra Dani.
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Quem visita o Regalos entende rápido o porquê do encanto: caminhar entre árvores carregadas, escolher a própria fruta e provar direto do pé desperta memórias e cria novas histórias. Crianças, especialmente, vivem a experiência como um descobrimento — muitas delas, pela primeira vez, entendem o que é uma fruta madura na natureza.
— Ver eles vivendo isso é gratificante demais, conta Dani.
O nome 'Regalos do Interior' tem propósito:
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Regalo = presente — em português, espanhol e italiano.
Uma homenagem às origens da família, mas também uma síntese da proposta.
O presente pode ser uma geleia, um cesto de pêssegos ou, como deseja o casal, a lembrança de um dia vivido com calma, afeto e natureza.
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Em um tempo de rotinas corridas e excesso de telas, o Regalos do Interior se consolidou como um refúgio de simplicidade, onde o silêncio, o verde e o cheiro de fruta fresca lembram o visitante de que viver devagar também é um presente.