Cotidiano
Crescimento contínuo da inadimplência em Santos já dura nove meses e afeta principalmente consumidores com dívidas bancárias elevadas
O valor médio das dívidas na cidade em abril foi de R$ 6.155,14 por consumidor / Freepik
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A maior cidade do Litoral Paulista vive um alerta financeiro: pelo nono mês consecutivo, Santos registra alta na inadimplência, e mais de 80% das dívidas em atraso são com bancos. O dado faz parte de um levantamento da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do SPC Brasil, divulgado pela CDL Santos Praia.
Em maio de 2025, o número de consumidores inadimplentes cresceu 0,72%, mantendo a tendência de alta iniciada em setembro de 2024. O índice supera o aumento registrado no Sudeste (0,71%) e se aproxima da média nacional (0,78%).
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O acúmulo em 12 meses também é expressivo: alta de 5,16% em Santos, contra 4,74% na região Sudeste e 6,28% no Brasil.
Para o presidente da CDL Santos Praia, Nicolau Miguel Obeidi, a situação já impacta diretamente o comércio. “O poder de compra da população está sendo comprometido. As famílias estão priorizando alimentação e contas básicas, e, com isso, outras dívidas se acumulam”, alerta.
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A faixa etária mais afetada é a de 50 a 64 anos, que representa 24,20% dos inadimplentes. A distribuição por sexo é equilibrada: 52,52% mulheres e 47,48% homens.
O valor médio das dívidas na cidade em abril foi de R$ 6.155,14 por consumidor. A divisão dos valores mostra que:
O tempo médio de atraso é de 28,4 meses (mais de dois anos), e quase 40% dos inadimplentes estão nessa situação entre 1 e 3 anos.
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O número de dívidas em atraso também cresceu: 1,73% a mais em maio em relação a abril, ultrapassando as médias do Sudeste (1,58%) e do Brasil (1,59%).
Na comparação anual (maio/2024 x maio/2025), o salto foi de 10,46% em Santos, frente a 10,18% no Sudeste e 11,15% no país.
Cada inadimplente em Santos acumula, em média, 2,239 dívidas — levemente abaixo da média regional (2,247), mas acima da nacional (2,200).
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A maior parte das dívidas está concentrada no setor bancário, que responde por 81,66% das pendências. Em seguida vêm:
Com a sequência de aumentos, comerciantes e especialistas se preocupam com o impacto nas vendas, especialmente com a aproximação de datas importantes para o varejo.
A recomendação é que consumidores busquem renegociar suas dívidas o quanto antes e fiquem atentos para não comprometer ainda mais o orçamento.
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