Há 20 dias, a Enfermaria da Clínica Médica foi fechada mas sem previsão de reabertura / Divulgação/PMS
Continua depois da publicidade
O vereador Sérgio Santana (PL) denunciou nesta terça-feira (24), na Câmara de Santos, a situação 'agonizante' que se encontra o Complexo Hospitalar da Zona Noroeste. Santana pediu a aprovação da convocação urgente - mesmo no recesso que começa a partir da próxima sexta-feira (27) - do secretário de Saúde, Fábio Lopes, para prestar esclarecimentos. Santana esteve pessoalmente no Complexo e conversou com pacientes e servidores. Ele teme o fechamento do hospital fundamental para aquela região da Cidade.
Há 20 dias, a Enfermaria da Clínica Médica foi fechada mas sem previsão de reabertura. "Os pacientes foram remanejados para a Enfermaria Vascular, mas, poucos dias depois, a Direção do Hospital, com o aval da Secretaria Municipal de Saúde, determinou o bloqueio dos leitos de quase todo o Complexo. Funcionam apenas os leitos da Maternidade e do setor de Buco Maxilo", relata o vereador.
Continua depois da publicidade
Santana descobriu ainda que estão bloqueados os leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), Psiquiatria, Clínica Médica, Pediatria e Enfermaria Vascular, todos regulados pela Seção de Regulação Ambulatorial (SECONVAG). "O hospital tem capacidade para 88 pacientes internados, porém, no momento, há apenas 28. E o mais grave: a cada alta, o leito não é disponibilizado novamente, sendo automaticamente bloqueado, o que reduz progressivamente a capacidade de atendimento", aponta Santana.
O vereador salienta que esse bloqueio tem causado sérios prejuízos à população. "Pacientes permanecem dias nas unidades de Pronto Atendimento (UPAs) aguardando vagas em especialidades essenciais, como Psiquiatria e Vascular, setores dos quais o Complexo da Zona Noroeste é a única referência na cidade", completa Santana.
Continua depois da publicidade
O parlamentar apurou com servidores que a Prefeitura de Santos está com dificuldades para pagar horas extras, inclusive com pendências de meses anteriores, e que os recursos municipais estariam sendo destinados para o custeio do Hospital dos Estivadores, administrado por uma Organização Social (OS), devido à ausência de repasses do Governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos), mesmo partido do prefeito Rogério Santos.
"A falta de transparência agrava a insegurança de pacientes, familiares e servidores, além de comprometer gravemente o direito da população a um atendimento digno e de qualidade", finaliza Santana, que já enviou requerimento à Administração cobrando esclarecimentos antes da possível ida do secretário de Saúde.
A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Santos informa que houve, na última semana, um bloqueio temporário de leitos do Complexo Hospitalar da Zona Noroeste - mediante critérios técnicos e para garantir a segurança do ambiente hospitalar - devido à manutenção da infraestrutura da maternidade, centro obstétrico, centro cirúrgico e UTI neonatal, além da necessidade de readequação das escalas do corpo técnico.
Continua depois da publicidade
As questões já foram superadas e, a partir desta quinta (26), serão reativados 21 leitos, totalizando assim 84 leitos em operação na unidade, entre as especialidades de clínica médica, psiquiatria e UTI adulto.
Devido à baixa demanda por enfermaria pediátrica, os 11 leitos desta especialidade não serão reativados neste momento e os pacientes que necessitarem de internação serão encaminhados pelas unidades de pronto atendimento para os leitos já contratualizados na Santa Casa de Santos, visando a maior eficiência e otimização dos recursos públicos.
Vale destacar que também foi realizado o planejamento para a instalação da nova cabine primária do complexo, que permitirá a climatização completa do equipamento. Para a intervenção, será necessária a desmobilização total do hospital por 15 dias, o que deve ocorrer nos próximos meses, sem prejuízo assistencial os munícipes. Todas as alterações no funcionamento dos serviços prestados serão informadas pelos canais oficiais de comunicação do Município.
Continua depois da publicidade
A SMS também destaca que mantém diálogo constante com os servidores que atuam na unidade e que as medidas administrativas adotadas não têm qualquer relação com a gestão do Complexo Hospitalar dos Estivadores, cujo o convênio com o Governo do Estado para o custeio da unidade foi renovado há duas semanas, garantindo assim a continuidade dos atendimentos prestados dentro da rede SUS.