A morte ocorreu após o rapaz ter mergulhado na praia do Perequê-Mirim / Divulgação/PMU
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Um caso recente ocorrido em Ubatuba, no litoral norte de São Paulo, acendeu o sinal de alerta sobre os riscos de contaminação em praias com esgoto lançado sem tratamento.
Um jovem de 30 anos morreu no final de abril após apresentar sintomas de uma infecção rara e grave conhecida como fasciíte necrosante, causada por bactérias agressivas que atacam rapidamente os tecidos do corpo, popularmente chamada de ‘bactéria comedora de carne’.
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A morte ocorreu após o rapaz ter mergulhado na praia do Perequê-Mirim, onde trabalhava em uma marina.
Ele teria começado a apresentar sintomas em 22 de abril, procurou atendimento médico e, poucos dias depois, veio a falecer.
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A infecção é rara, mas pode ser fatal quando não tratada rapidamente.
A doença é causada principalmente pela bactéria Streptococcus pyogenes, mas também pode envolver outras, como Vibrio vulnificus, Escherichia coli e Staphylococcus aureus.
A infecção avança de maneira silenciosa e profunda, podendo levar à morte em poucos dias.
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Entre os sintomas mais comuns estão dor intensa desproporcional à lesão, inchaço, vermelhidão, febre e, em estágios mais avançados, necrose e bolhas na pele.
Para se proteger, é essencial evitar o contato com água do mar ou rios caso tenha feridas abertas.
Também é importante higienizar bem qualquer lesão com água e sabão, procurar atendimento médico ao primeiro sinal de infecção e ter cuidado redobrado após cirurgias, tatuagens ou queimaduras.
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A denúncia do caso foi feita pelo pai do jovem durante uma sessão na Câmara Municipal, onde relatou que o filho teria contraído a bactéria após mergulhos frequentes na região, onde há lançamento de esgoto nos rios que deságuam diretamente no mar.
Segundo ele, a praia estaria sendo contaminada por falta de tratamento adequado do esgoto doméstico.
Dados do IBGE revelam que mais da metade da população de Ubatuba vive em domicílios sem acesso à coleta e tratamento de esgoto. No bairro do Perequê-Mirim, especificamente, denúncias sobre lançamentos irregulares de esgoto já foram feitas anteriormente.
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A Prefeitura de Ubatuba afirmou que está ciente do caso e que a morte passou por avaliação da Comissão de Verificação de Óbitos.
Até o momento, não há confirmação laboratorial de que a contaminação tenha ocorrido por meio da água do mar ou por contato com esgoto. Também não foram registrados outros casos com as mesmas características.
A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.
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No entanto, boletins de balneabilidade indicam que, em 2024, a praia do Perequê-Mirim foi considerada imprópria para banho em nove semanas. A contaminação seria causada por esgoto doméstico.
Já a Sabesp declarou que lamenta profundamente a morte e que está à disposição para colaborar com as investigações.
Informou também que está em andamento um projeto de expansão do sistema de esgotamento sanitário na região, com previsão de conclusão até 2026. O investimento previsto é de R$ 45,7 milhões, com a expectativa de beneficiar mais de 10 mil pessoas.
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Segundo a Cetesb, a água do mar contaminada com esgoto pode causar diversas doenças, como hepatite A, cólera, disenteria, febre tifoide, leptospirose e infecções por E. coli.
A recomendação é evitar praias classificadas como impróprias e não tomar banho nas primeiras 24 horas após chuvas intensas.