Cotidiano

Guerra no Rio: a mulher que se refugiou em uma estação de metrô para salvar a vida

De acordo com o governo do estado, 2,5 mil policiais civis e militares foram mobilizados na operação

Nathalia Alves

Publicado em 29/10/2025 às 12:40

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O Rio de Janeiro viveu um dia de pânico e caos nesta terça-feira (28) / Fernando Frazão/Agência Brasil

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Entre os milhares de cariocas pegos de surpresa nesta terça-feira (28), que ficou marcada pelo pânico e pelo caos, estava a professora Marise Flor, que se viu no meio de um tiroteio ao tentar voltar para casa. 

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O filho dela tentou buscá-la de carro, mas não conseguiu passar pelos bloqueios. Sem alternativa, Marise desceu na estação Outeiro Santo, no corredor Transolímpica, em Jacarepaguá, zona oeste do Rio.

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Segundo ela, facções haviam montado barricadas, e, quando a polícia chegou, começou a atirar para dispersar os moradores. “Entrei na estação de volta por baixo da roleta para me esconder dos tiros”, contou.

Depois de momentos de desespero, a professora conseguiu acionar um carro de aplicativo e reencontrar o filho. “Só depois consegui sair da estação. Meu filho conseguiu me pegar e cheguei em casa. Em seguida, desabei. Tive uma crise de choro”, relatou.

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Barricadas e medo

A violência também atingiu outras regiões da cidade. A atendente Mariana Colbert, de 24 anos e grávida de quatro meses, contou que, por volta das 8h30, as ruas do bairro Engenho da Rainha já estavam tomadas por barricadas formadas com ônibus atravessados. Segundo a PM, mais de 50 veículos foram usados para bloquear vias.

Para chegar ao trabalho, Mariana caminhou até Inhaúma e pegou um ônibus cujo motorista precisou desviar da rota para evitar áreas dominadas pela facção. “Levei uma hora para chegar, mas ainda consegui trabalhar. Muita gente não foi, e várias lojas ficaram fechadas”, disse.

No fim da tarde, a jovem foi liberada mais cedo. “Peguei um Uber mais caro, mas consegui chegar rápido em casa. Quando voltei, a pista já estava liberada e havia muita polícia nas ruas”, contou.

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A maior operação em 15 anos

De acordo com o governo do estado, 2,5 mil policiais civis e militares foram mobilizados na operação, considerada a maior ação de segurança no Rio em 15 anos. O objetivo é capturar líderes criminosos e conter o avanço territorial do Comando Vermelho.

Com pelo menos 64 mortos, a ação já é considerada a mais letal da história recente do Rio, superando a operação do Jacarezinho, em 2021, que resultou em 28 mortes.

Enquanto o governo defende a operação como necessária para “retomar o controle de áreas dominadas pelo crime organizado”, moradores relatam medo, perda de mobilidade e um cotidiano cada vez mais marcado pela guerra urbana.

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Entenda

O Rio de Janeiro viveu um dia de pânico e caos nesta terça-feira (28) durante uma megaoperação policial nos Complexos da Penha e do Alemão, que deixou mais de 60 mortos e 80 presos. A ação paralisou boa parte da cidade, provocando bloqueios nas vias, suspensão de transportes e correria entre moradores que tentavam escapar dos tiroteios.

Durante a tarde, estações de metrô e pontos de ônibus ficaram lotados. Segundo a Polícia Militar, integrantes da facção Comando Vermelho receberam ordens para interditar as principais vias da capital fluminense, o que agravou o caos urbano.
 

* Com informações da Agência Brasil

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