Diversas categorias trabalhistas se reuniram na Praça Mauá, em Santos, para protestar contra as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo governo Temer / Rodrigo Montaldi/DL
Continua depois da publicidade
A Baixada Santista amanheceu com trabalhadores de diversas categorias e sindicatos a postos para protestar contra as reformas da Previdência e trabalhista propostas pelo Governo do presidente Michel Temer. A paralisação teve início por volta das 5h30 da manhã e se estendeu durante todo o dia, em pontos estratégicos da região.
Houve confronto entre os trabalhadores portuários e o Batalhão de Ações da Polícia Militar (Baep). Seis estivadores foram feridos por bala de borracha e dois foram presos, mas liberados em seguida.
Continua depois da publicidade
O ato comandado pelo Sindicato dos Estivadores teve início em frente ao Posto 1 de escalação do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo-Santos). De lá seguiram até o Terminal da Brasil Portuário, na Alemoa, com cerca de 300 trabalhadores. Com a chegada da PM, o conflito começou.
O presidente do Sindicato dos Estivadores de Santos, Rodnei Oliveira da Silva, conversou com a Reportagem e acusou o capitão que comandou a ação de ter iniciado o confronto. Segundo Rodnei, a manifestação ocorria de forma pacífica, quando tiros de bala de borracha e bombas de gás lacrimogêneo foram disparadas em direção ao grupo pela Polícia Militar.
Continua depois da publicidade
“Eu estava conversando com o tenente da PM quando de repente o capitão chegou e sem diálogo, começou a atirar. Foi um desrespeito à categoria e à própria PM porque estamos lutando contra uma reforma que tira os direitos de todos nós, trabalhadores”, explicou o sindicalista.
O movimento precisou ser interrompido temporariamente. Com o término da confusão, o grupo retomou e seguiu até a Praça Mauá. Lá, receberam o apoio de outros sindicatos. Por volta das 14h, os estivadores voltaram aos seus postos de trabalho.
Por meio de nota, o Comando de Policiamento do Interior (CPI 6), informou que houve a necessidade de uso progressivo da força por intervenção de baixa letalidade para garantir o desbloqueio das vias que foram ocupadas pelos manifestantes e causaram grande congestionamento na via Anchieta.
Continua depois da publicidade
Ainda segundo a nota, o policiamento foi reforçado para garantir a segurança dos cidadãos e a ordem pública.
Transportes
No dia nacional de protestos contra a reforma da Previdência, o setor de transportes também aderiu à greve e paralisou os serviços por algumas horas.
Continua depois da publicidade
A circulação dos ônibus e do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) ficou interrompida durante toda a madrugada nas nove cidades da Região.
Em nota, a Viação Piracicabana afirmou que após uma negociação sindical, o transporte público foi retomado por volta das 7h.
A movimentação nos pontos de ônibus foi intensa, mas normalizada ainda nas primeiras horas da manhã. Em São Vicente, os moradores puderam contar com as lotações, já que o serviço não parou de funcionar.
Continua depois da publicidade
Cubatão
No município, trabalhadores da Refinaria Presidente Bernardes fizeram um protesto por volta das 6h. As três principais entradas foram interditadas por manifestantes. Aproximadamente dez pessoas bloquearam a entrada e saída dos funcionários da empresa.
Outros Sindicatos
Continua depois da publicidade
Fizeram parte das manifestações na Praça Mauá o Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações no Estado de São Paulo (Sintetel), Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Gráficas da Região (STIG), Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São Paulo (SINTRAJUD) e Sindicato dos Bancários de Santos e Região.
Sindicalistas acampam em frente à casa do deputado Papa
Com intuito de pressionar os deputados da região a votarem contra a reforma da Previdência na Câmara, com votação prevista entre abril e maio, a diretoria do Sindicato dos Bancários de Santos e Região mais integrantes de outros sindicatos e associações (Petroleiros, Advogados, Metalúrgicos, Sindserv, Sinsprev), montaram um acampamento em frente ao edifício onde reside o deputado João Paulo Tavares (PSDB).
Continua depois da publicidade
“A nossa intenção é pressioná-los para que não aprovem essa reforma, que na verdade é um desmonte da Previdência. Escolhemos a casa do Papa porque é o deputado mais acessível, mas o pedido se estende aos deputados Beto Mansur e Marcelo Squassoni ”, afirmou Eneida, presidente do Sindicato dos Bancários.
No ínício da noite, viaturas da PM chegaram a abordar os sindicalistas que estavam no acampamento, mas não houve confronto.
Os principais pontos levantados pelos manifestantes contra a reforma é a fixação da idade mínima de 65 anos, o prazo de contribuição elevado de 15 para 25 anos e o direito a aposentadoria integral apenas a quem contribuir por 49 anos.
Continua depois da publicidade