Segunda greve do setor em 2017 teve início em assembleia realizada na manhã de ontem, na garagem da empresa; funcionários cobram adiantamento e pagamento / Rodrigo Montaldi/DL
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Quem utiliza os ônibus urbanos e escolares de Cubatão pode se preparar para mais um dia sem a circulação dos veículos. Isso porque a segunda greve do ano, deflagrada nesta segunda-feira (6) pelos funcionários da Translíder, será por tempo indeterminado, até o pagamento dos salários de fevereiro.
A reportagem do Diário do Litoral esteve na cidade ontem e constatou que os pontos de ônibus não estavam cheios. Parte da demanda foi atendida pelo transporte alternativo, medida tomada pela Prefeitura para amenizar os efeitos da paralisação.
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O motivo da paralisação de acordo com o presidente do sindicato dos trabalhadores em transportes rodoviários de Santos e região, Valdir de Souza Pestana, foi o anúncio por parte da companhia de não pagará os salários de fevereiro, neste quinto dia útil de março. O adiantamento de 20 de fevereiro também não foi pago.
Pestana afirma que, até o fim da tarde de ontem a empresa não havia anunciado a quitação. Como a prefeitura também não se manifestou, o sindicalista acredita que a paralisação continuará até que os trabalhadores recebam ou até o julgamento de eventual dissídio na Justiça do Trabalho.
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Também presidente da federação dos rodoviários do estado de São Paulo, Pestana lembra que a empresa atrasa sistematicamente os salários, sempre alegando não receber os subsídios da prefeitura.
“Não temos nada a ver com as diferenças entre essas duas partes”, alega Pestana. “Os trabalhadores têm famílias para sustentar e precisam receber em dia”.
O presidente do sindicato reclama que os empregados da Translíder poderão enfrentar outro grave problema, nas próximas horas: a suspensão do plano de saúde.
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Segundo ele, a empresa vem atrasando também as mensalidades da Intermédica: “Muitas pessoas estão em tratamento e terão os procedimentos interrompidos. Até cirurgias poderão ser canceladas”.
A Translíder tem 181 motoristas, 135 cobradores, monitoras escolares, empregados administrativos e de oficinas, totalizando 450 pessoas. Ela opera com 64 ônibus convencionais e 46 micro-ônibus, estes para 2.600 estudantes da rede municipal.
Uma nova assembleia está marcada para acontecer hoje, na garagem da Translíder.
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Outras paralisações
A greve mais recente da categoria, de um dia, foi em 17 de janeiro. Os trabalhadores retornaram ao trabalho após o pagamento dos salários de dezembro.
No final de dezembro, os rodoviários da Translíder também pararam por um dia, para receber a segunda parcela do 13º salário. Em 1º de novembro, os trabalhadores paralisaram, pois estavam sem receber o adiantamento salarial desde o dia 20 de outubro. Em 9 de novembro de 2015, também houve greve contra atraso salarial.
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Prefetura faz plano alternativo na cidade
Em nota, a Prefeitura de Cubatão informou que está desde ontem acompanhando a situação, e providenciou ampliação no transporte alternativo, além de solicitar reforço no policiamento militar. Destaca ainda que não há qualquer débito legalmente constituído da Prefeitura para com a Translíder, sendo as questões trabalhistas diretamente tratadas entre a Translíder e seus trabalhadores.