24 de Abril de 2024 • 05:08
Cotidiano
"Infelizmente, em várias das manifestações nas cidades brasileiras têm ocorrido desvio claro daquilo que era uma manifestação pacífica", ressaltou o ministro da Justiça
Um dia após os atos de vandalismo na Fernão Dias, o Ministério da Justiça propôs uma frente de contenção conjunta da violência e discutirá com autoridades de segurança de São Paulo e Rio procedimentos para investigar protestos, podendo até federalizar parte das ações.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, fará amanhã, 31, uma reunião com os secretários de Segurança de São Paulo, Fernando Grella Vieira, e do Rio, José Mariano Beltrame. Cardozo afirmou que a ação de manifestantes que acabam atuando nos protestos tem sido monitorada de perto pelas áreas de inteligência das polícias estaduais. Agora, a cúpula de segurança nacional e estadual pretende analisar se existe uma "federalização" dos conflitos. "Vamos discutir se há uma competência da Polícia Federal para promover inquéritos ou não", destacou.
Além disso, Cardozo ressaltou a necessidade de compartilhar informações entre as autoridades de segurança pública para controlar a situação. "Infelizmente, em várias das manifestações nas cidades brasileiras têm ocorrido desvio claro daquilo que era uma manifestação pacífica. Parece que essa situação exige que órgãos de segurança pública compartilhem informações e tomem informações em conjunto. Vamos discutir uma estratégia comum para enfrentar o vandalismo. A troca de informações e de dados pressupõe uma ação comum."
A reunião com os secretários, confirmada por Grella e Beltrame, vai tentar viabilizar essa troca de informações. A questão será levada, na sequência, ao Judiciário e ao Ministério Público. Ainda nesta semana, Cardozo pretende reunir-se com os presidentes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o ministro Joaquim Barbosa; do Conselho Nacional do Ministério Público, Rodrigo Janot; e da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Marcus Vinícius Furtado Coelho.
Manifestações
A partir de 174 inquéritos feitos desde o começo dos protestos, em junho, a Polícia Civil de São Paulo, em conjunto com a Polícia Militar e o Ministério Público, já investiga 153 suspeitos de integrarem os black blocs e participarem de atos de vandalismo durante as manifestações.
Todos os suspeitos estão sendo investigados em um mesmo "inquérito-mãe", que tenta encontrar ligações entre os investigados. O objetivo é enquadrá-los por associação criminosa e aumentar a pena dos acusados.
"Ainda não conseguimos apontar esses vínculos. A ideia é verificar o ‘modus operandi’, o traje usado, vocabulário, cartilhas para mapear a forma de agir desse grupo", diz o delegado-geral, Maurício Blazeck.
Participantes das investigações afirmam que foram autorizadas as quebras de IPs para detectar combinações feitas antes dos protestos e diálogos travados depois das manifestações nos sites black blocs. A previsão é de que a investigação demore para ser concluída.
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