Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fará pronunciamento nesta terça / Joyce N. Boshosian/White House
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O governo dos Estados Unidos pode enfrentar nesta semana um novo "shutdown", termo referente à paralisação parcial das atividades governamentais por falta de recursos. A situação deve ocorrer caso o Congresso norte-americano não chegue a um acordo orçamentário até amanhã (30).
A paralisação pode atingir desde o funcionamento de agencias federais e atrasar o pagamento de funcionários considerados "não essenciais". O presidente republicano Donald Trump declarou que a ação poderá ocorrer diante de um impasse com os democratas.
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O mecanismo faz parte da lei "Anti Deficiência", criada em 1884, que proíbe agencias federais de gastarem acima do previsto sem aprovação do Congresso americano. Anualmente, os parlamentares aprovam 12 leis de dotações que financiam os gastos públicos. Sem consenso, setores sem verba anunciam paralisação.
A Câmara aprovou uma extensão dos gastos até novembro, mas os republicanos seguem lutando pela aprovação de votos democratas no Senado. O problema é que ambos discordam sobre como estruturar o orçamento do governo.
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Pressionados pela ala conservadora, os republicados pedem cortes mais profundos em programas sociais e uma redução de gastos federais sob argumento de que o deficit está insustentável.
Em contrapartida, os democratas defendem a manutenção de investimentos em saúde, educação e infraestrutura, afirmando que novos cortes prejudicariam milhões de famílias norte-americanas.
“Enquanto as negociações seguem paradas, a Casa Branca ordenou que agências se preparem para demissões em massa, indo além das licenças temporárias de shutdowns anteriores”, afirmou Daniela Freddo, professora do Departamento de Economia da UnB (Universidade de Brasília), ao Poder 360.
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Apesar da tensão, existem duas alternativas para impedir a paralisação: a aprovação do pacote completo do orçamento fiscal de 2026 ou de uma medida temporária conhecida como "continuing resolution", que preserva os atuais níveis de gastos até que se obtenha um consenso.
Não é a primeira vez, nem será a última que os Estados Unidos sofrerá pressão, pois o calendário fiscal termina em 30 de setembro. O período cria uma espécie de "prazo fixo" que aumenta a tensão entre parlamentares para trazer soluções temporárias.
As consequências do shutdown podem abalar rapidamente os Estados Unidos, causando uma redução temporária do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), atraso de serviços públicos e processos regulatórios, além de cortes definitivos de contratos governamentais. A crise será "pequena", desde que a paralisação seja curta.
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Vale dizer também que a paralisação tende a aumentar a volatilidade de ações, juros e câmbio nos mercados financeiros. A situação ainda provoca busca por ativos de refúgio, como treasuries e outro, e penaliza setores dependentes de aprovações do governo americano.