Cotidiano

Garrafas de vidro podem estar com um problema que ninguém imaginou

Uma descoberta recente contraria o senso comum de que o vidro é uma opção mais limpa e segura

Agência Diário

Publicado em 07/08/2025 às 16:27

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Resíduos plásticos podem levar séculos para se degradar / Imagem gerada por IA

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Bebidas em garrafas de vidro contêm mais microplásticos, segundo um levantamento da Agência Nacional de Segurança Sanitária da França (ANSES), que identificou uma quantidade até 50 vezes maior de partículas microscópicas nessas embalagens do que nas de plástico ou alumínio.

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A descoberta contraria o senso comum de que o vidro é uma opção mais limpa e segura. Ao examinar bebidas amplamente consumidas como refrigerantes, cervejas e águas, os pesquisadores encontraram em média 100 micropartículas por litro nas garrafas de vidro, enquanto as embalagens de plástico ou metal apresentaram quantidades muito menores.

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O resultado levanta discussões urgentes sobre a segurança dos materiais usados pela indústria alimentícia.

O Canal Saúde Oficial explicou como os microplásticos impactam na saúde humana: 

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A culpa está nas tampas

As tampas metálicas pintadas com tinta à base de poliéster foram identificadas como a principal fonte da contaminação por microplásticos nas bebidas envasadas em vidro.

Com o tempo e o manuseio, a tinta sofre desgaste e libera fragmentos microscópicos, que acabam sendo dissolvidos ou dispersos no líquido.

A equipe responsável pelo estudo coletou e comparou as partículas encontradas nas bebidas com amostras das tampas utilizadas.

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A semelhança na composição, cor e forma indicou que o problema não vem do vidro propriamente dito, mas dos materiais complementares usados no fechamento das garrafas.

Por que algumas bebidas têm mais?

As bebidas com maior grau de efervescência, como cervejas e refrigerantes, parecem facilitar a liberação e a mistura das micropartículas no líquido.

Isso explicaria por que esses produtos apresentaram números muito superiores de microplásticos em comparação com vinhos ou águas não gaseificadas.

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Além disso, o tipo de tampa e o tempo de armazenamento influenciam diretamente a quantidade de partículas detectadas.

Bebidas com tampa de rosca e exposição prolongada ao calor ou à movimentação tendem a concentrar mais fragmentos, indicando que as condições de estocagem também merecem atenção especial.

Apesar desse risco, algumas bebidas são muito importantes para desintoxicar o fígado.

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Microplásticos são perigosos?

Ainda não se sabe com precisão o que a ingestão frequente de microplásticos pode causar à saúde, mas estudos preliminares já associam essas partículas a alterações hormonais, inflamações intestinais e efeitos imunológicos. A preocupação se intensifica com o consumo habitual de bebidas contaminadas.

Diante dessa incerteza, a ANSES recomenda que a indústria adote medidas preventivas para conter a liberação dessas micropartículas. Mesmo que não haja provas definitivas de danos, o volume crescente de estudos que apontam riscos justifica a adoção de práticas mais seguras na cadeia de produção.

Veja também: nem geladeira e nem plástico: veja o jeito certo de armazenar bananas sem que elas amadureçam rápido.

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Um alerta para a indústria

A constatação de que bebidas em garrafas de vidro contêm mais microplásticos deve servir como um alerta para fabricantes e consumidores. A preferência pelo vidro, muitas vezes motivada por questões ambientais, pode não ser a escolha mais segura do ponto de vista da saúde.

Revisar os materiais usados nas tampas, investir em novos métodos de vedação e adotar processos de limpeza mais eficientes são passos fundamentais. A boa notícia é que essas mudanças não são tecnicamente complexas e podem ser implementadas sem grandes custos pelas empresas do setor.

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