Furto de água na Baixada cresce 262% e Sabesp intensifica operações

A Sabesp intensificou suas ações de combate ao furto de água na Baixada Santista e já realizou 1.601 fiscalizações de janeiro a junho deste ano nas nove cidades da região. 

Como resultado, foram identificadas e eliminadas 967 irregularidades nos sistemas hidráulicos de imóveis, número que representa um crescimento de 262% em relação ao mesmo período de 2024.

No primeiro semestre do ano passado, a companhia havia feito 487 vistorias e registrado 267 casos de fraudes, com foco em ligações clandestinas e manipulação de hidrômetros. 

O aumento expressivo nas operações e nos flagrantes de furto de água reflete o reforço das equipes e o uso de novas tecnologias aplicadas na identificação das irregularidades.

A mais recente ação foi realizada nesta terça-feira (10), em Praia Grande, onde uma equipe da operação “Gato Molhado” flagrou um desvio de água em um imóvel ainda em construção. 

A fraude ocorria no hidrômetro, que havia sido adulterado para impedir a medição correta do consumo. Após a constatação, a ligação irregular foi desfeita e o caso registrado na Delegacia da Polícia Civil.

Segundo Gabriel Seibarauskas, coordenador de apoio às operações especiais e combate às irregularidades da Sabesp, a estimativa é que apenas essa fraude represente um consumo equivalente a R$ 150 mil em um ano, valor que será cobrado retroativamente do responsável.

Na semana anterior, no dia 2 de junho, a operação também passou pelo município do Guarujá, onde outro prédio em construção foi flagrado desviando água da rede pública. Assim como no caso de Praia Grande, a ligação clandestina foi removida e registrada junto às autoridades.

As operações da Sabesp têm sido reforçadas com a contratação de profissionais especializados e o uso de ferramentas de inteligência artificial para identificar alterações no padrão de consumo. O objetivo é combater os casos recorrentes e manter o equilíbrio no sistema de abastecimento.

Além do prejuízo financeiro, o furto de água gera impactos diretos para os vizinhos dos imóveis infratores. 

Ao desviar grandes volumes da rede sem qualquer controle, esses imóveis contribuem para o desperdício e podem causar interrupções no fornecimento de água em imóveis próximos, principalmente em casos de grandes consumidores.

A prática é considerada crime, conforme o artigo 155 do Código Penal. Dependendo das circunstâncias, pode ser classificada como furto qualificado, com pena que pode chegar a oito anos de prisão, além da multa e do corte do fornecimento de água.

Moradores podem denunciar irregularidades pelos canais de atendimento da Sabesp, incluindo o telefone 0800 055 0195, WhatsApp (11) 3388-8000 e a Agência Virtual disponível no site.