Primeiro andar da sede da Codesp estaria sendo reformado sem alarde e necessidade, afirmam os funcionários da estatal / Nair Bueno/DL
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A informação é de funcionários de carreira que precisam manter suas identidades sob sigilo. Dois militares reformados da Marinha - Marcelo Ribeiro de Souza e Fernando Baptistella - estão promovendo ações e tomando decisões dentro da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), sob o crivo do presidente Casemiro Tércio dos Reis Lima Carvalho, sem sequer ter seus nomes submetidos ao Conselho de Administração (Consad) e publicados no Diário Oficial de União (DOU), causando instabilidade administrativa na estatal responsável pelo maior Porto de América Latina.
Conforme apurado, Marcelo de Souza, desde janeiro, vem vistoriando armários, geladeira de funcionários, proibindo-os até de deixar fotos das famílias na mesa de trabalho. Ele só foi nomeado oficialmente no último dia 13. "Ou seja, passou praticamente dois meses levantando informações da empresa e seus colaboradores sem estar empregado. Já Baptistella está ocupando a sala da Superintendência da Guarda Portuária, sem nomeação. Ele deverá ser o novo comandante", revela uma das fontes.
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Outro funcionário lembra que nunca isso ocorreu na Codesp, a não ser na Ditadura Militar, quando o Governo não era obrigado a ser transparente, dar informações e nem submeter suas decisões a órgãos de controle externo. A empresa é um dos principais agentes da maior cadeia logística do País, atuando como promotora e catalisadora portuária, sendo sua performance essencial para a indústria e o agronegócio brasileiros.
"As alegações de que vieram para economizar e melhorar o desempenho da Codesp são contraditórias em razão da contratação de mais quatro comissionados da Bahia e Rio de Janeiro, um deles trabalhava na Andrade Gutierrez e viveu anos na Venezuela. Ele está no lugar de um funcionário com mais de 10 anos de experiência no Porto", afirma.
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As informações ainda alertam que a Direção da Codesp cancelou o contrato com empresa terceirizada que causou demissão de 60 copeiras, com salários de R$ 1.500,00, e outros tantos funcionários, contratando um diretor de mercado e outros profissionais 'a peso de ouro'. Também estaria reformando, sem necessidade, o primeiro andar da sede. "A economia só atinge a base", dispara outro funcionário.
O Porto de Santos é porta de entrada e saída de boa parte dos produtos produzidos no País e no Mundo e a Codesp é um ente da União. Portanto, privacidade, administração, contratos, relatórios e demais trâmites da companhia são imprescindíveis o Brasil.
Outro lado
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A Codesp informou, por sua Assessoria, que Marcelo Ribeiro foi nomeado assessor do diretor-presidente. Antes disso, integrava a equipe de transição da nova diretoria, em que participou de reuniões preparatórias, sem qualquer tipo de comprometimento ao planejamento estratégico da Autoridade Portuária de Santos, nem acesso a informações sigilosas ou sensíveis da companhia. Sobre Fernando Baptistella, informa que sua presença na companhia se dá em virtude da transição no posto de superintendente da Guarda Portuária, também sem comprometer a Codesp.
Sobre os funcionários, revela que o contrato com empresa terceirizada responsável pela mão de obra de serviços de limpeza, copa e outras funções (num total de 94 pessoas) termina em abril. "A empresa terceirizada precisa, por força das regras, dar aviso prévio aos trabalhadores".
Dois meses
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Vale lembrar que Casemiro Tércio Carvalho permaneceu como presidente da Codesp por quase dois meses sem ter sido oficialmente nomeado, como ocorre hoje com seus auxiliares. A situação chegou a ser denunciada no Ministério Público Federal (MPF), pelas mãos da Associação dos Acionistas Minoritários (AAM) da autoridade portuária, que sugeriu à Procuradoria da República uma ação de responsabilidade.
"Não há nada oficial do Governo Oficial. Portanto, a nomeação é oficiosa (somente produzida por órgãos ou fontes governamentais). No entanto, conforme revelado pela Imprensa, ele (Casemiro Carvalho) convocou gerentes e superintendentes da Codesp para reuniões e recebeu detalhes dos setores e relatórios da situação atual da Codesp. Ou seja, vem atuando como diretor-presidente fosse", disparou na ocasião o advogado José Francisco Paccillo, diretor da AAM.
Paccillo explicou que o certo era o Ministério da Infraestrutura indicar o nome, a Secretaria dos Portos fazer uma análise criteriosa e referendar o escolhido ao Consad para, só então, o designado assumir o comando da Codesp. O advogado tentou convencer o MPF que houve violações éticas, administrativas dentro da Codesp.
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Ano passado, o diretor-presidente da Codesp, José Alex Oliva, foi preso na Operação Tritão, da Polícia Federal, que investigava fraudes no Porto que somariam R$ 37 milhões. Ele foi liberado após pagar fiança e responde as acusações em liberdade.rá meditação para crianças.