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“Segundo os funcionários do cemitério, os restos mortais foram colocados no ossário geral”. A informação foi passada pelo diretor de Administração da Secretaria de Gestão, Kleber Pieruzzi, adiantando parte das investigações que uma comissão da Prefeitura de Cubatão faz para tentar localizar os restos mortais de Luiz Antônio dos Reis Neto. O diretor, o secretário municipal de Gestão César Pimentel e uma funcionária pública do Executivo foram ouvidos pela Comissão Especial de Vereadores (CEV) na tarde de ontem.
Pimentel afirmou que estas são informações preliminares e que não podem ser confirmadas oficialmente porque as investigações ainda estão em andamento. “Falamos informalmente, pessoalmente, acredito que isso tenha acontecido, mas não podemos afirmar oficialmente”, explica secretário, afirmando ainda que o incidente ocorreu por problemas operacionais no sistema do cemitério.
O secretário esclarece que existem vários sistemas no cemitério, mas que não se comunicam automaticamente entre si. “Pode ter ocorrido de o sepultamento do marido da Roberta não ter sido registrado em todos os sistemas e, então, o sistema entendeu que o corpo que estava nesta campa antes — exumado dois anos depois — continuava naquela campa. Passados três anos, o corpo foi exumado como se fosse o outro. Ou seja, o tempo de sepultamento não foi zerado”, explica.
Durante o depoimento à CEV, o secretário confirmou as afirmações que fez ao Diário do Litoral sobre o afastamento de um pedreiro autônomo que atuava irregularmente no cemitério e sobre o projeto executivo que pretende ampliar o número de campas do local. “Este projeto deve entrar em fase de licitação em uma ou duas semanas”, explica o Pimentel.
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O caso
A funcionária pública Roberta Reis está há um mês buscando os restos mortais do marido Luiz Antônio dos Reis Neto, que desapareceu do Cemitério de Cubatão. No dia 9 de agosto, a viúva foi ao local para limpar a campa do esposo e encontrou a sepultura violada e com as informações de um novo sepultamento: era Maria José dos Santos, falecida no dia 17 de maio deste ano. Luiz foi sepultado há três anos. O caso foi denunciado ao DL no último dia 20 de agosto.
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Mais um caso denunciado
A professora Silvia Regina de Carvalho Gomes, após ter conhecimento sobre a denúncia de Roberta, também revelou um caso parecido, ocorrido com os restos mortais de seu pai, Braulino José de Carvalho, sepultado em 7 de julho de 2008. “Quando chegou perto dos cinco anos de sepultamento, meu irmão procurou por várias vezes o cemitério para saber como proceder. Ninguém lhe passou informação concreta. O prazo venceu em setembro. Em outubro, uma vizinha de minha mãe constatou que a campa do meu pai tinha sido violada. Quando fomos procurar saber, o corpo do meu pai tinha ido para o ossário geral, sem identificação”, conta a servidora do Estado.
Silvia agora quer justiça. “Iremos acionar a Prefeitura judicialmente. Isso é uma falta de respeito com o ser humano. Minha mãe ficou doente. Queremos que se faça justiça para que isso não ocorra com outras pessoas”, explica. A professora também foi ouvida pela CEV da Câmara.
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A comissão é presidida pelo vereador Ivan Hildebrando (PDT) e tem o vereador Dinho Heliodoro (SDD) como relator e os vereadores Fábio Roxinho (PMDB), Severino Tarcício (Doda-PSB) e Jair do Bar (PT) como membros. A CEV tem 45 dias para apurar os fatos.