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Cotidiano

Frequentadores da Gibiteca reclamam da falta de eventos

Prefeitura informou que equipamento passou por reformulação, mas programação já está voltando ao normal

Vanessa Pimentel

Publicado em 12/05/2017 às 10:30

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A Gibiteca comemorou no ano passado 24 anos. Nos últimos dois, contou com a presença de autores e artistas consagrados como Laerte e Fernando Gonsales / Rodrigo Montaldi/DL

A Gibiteca Municipal Marcel Rodrigues Paes (Posto 5), em Santos, está sofrendo com a falta de programação. De acordo com os frequentadores, desde o início do ano, o equipamento diminuiu a quantidade de encontros e palestras realizados no local.

Victor Freundt é quadrinhista, professor de quadrinhos na Escola Oficina de Santos e, como ele mesmo se define, frequentador assíduo da casa.  Para ele, deixar o local sem eventos é matar a cultura pop. “A programação de hoje é inexistente. Nos anos de 2015, 2016, a gibiteca teve seu auge, mas desde 2014 vinha tendo uma retomada incrível. Foram tempos incríveis de bate-papos ótimos, mas o último evento que soube foi em dezembro, no aniversário de lá”, explica.

Para ele, a divulgação que era feita através da página no Facebook também diminuiu e isso poderia afastar os frequentadores. “Santos tem uma das maiores gibitecas do Brasil e é uma cidade muito forte em cultura pop. Quadrinhos agora estão inclusos até no prêmio Jabuti, e se isso não é status de cultura, o que mais é?”, questiona.

Clayton Barbosa ministra aulas de produção de quadrinho e aperfeiçoamento de desenho aos finais de semana no local. De acordo com ele, a verba que era destinada para o equipamento diminuiu. “Lá tinha direito a um carro por mês para buscar algum artista convidado, sendo a maioria de São Paulo e hoje não tem mais. Fica difícil trazer alguém, pois o artista perde o dia todo e ele não consegue vender uma quantidade bacana para bancar a viagem”, explica.

Victória Simonato também sente falta dos eventos na casa dos quadrinista. “Desde pequena vou lá. Fiz curso de desenho, participava da troca de gibis e dos lançamentos de livros, mas ultimamente não tenho mais visto atividades”, justifica.

Mudança de horário

Desde o último dia 9, o horário de atendimento diminuiu, fechando às segundas-feiras. O funcionamento agora é de terça a sexta-feira, das 13 às 19h; nos sábados, das 9 às 18h; e nos domingos, das 9 às 13h.

Histórico

A Gibiteca comemorou no ano passado 24 anos. Nos últimos dois, contou com a presença de autores e artistas consagrados como Laerte, Fernando Gonsales, Gustavo Duarte, Laudo Ferreira, Marcatti e Ivan Reis.

Também é reconhecida por preservar a memória gráfica e ser um dos principais equipamentos de incentivo à leitura e formação de público leitor. Além disso, desenvolve atividades do universo geek com RPG, cultura pop japonesa, cinema e vídeo games. Nos últimos quatro anos, realizou mais de 600 atividades, recebeu mais de 30 mil visitantes e 400 artistas.

Ano passado faturou a categoria de Contribuição ao Quadrinho Nacional na 32ª edição do Troféu Angelo Agostini, premiação concedida pela Associação dos Quadrinistas e Caricaturistas do Estado de São Paulo (AQC) e se tornou referência para gibitecas de todo o País.

Prefeitura informa que programação volta ao normal neste mês

Coordenador da Gibiteca desde 2013, Fabio Tatsubo garante que as atividades não vão parar e serão, de forma itinerante, levadas para regiões com pouco acesso ao segmento, como a Zona Noroeste, morros e Caruara. “A gente leva a gibiteca na raça porque muitos eventos só acontecem quando temos apoio de ­patrocinadores”, ­explica.

Por meio de nota, a Prefeitura informou que durante o período de fevereiro a abril, a Gibiteca passou uma reformulação administrativa e de conceito de trabalho. Neste período, foi reavaliada a função do equipamento na ­formação de ­público-leitor, preservação da memória gráfica e de iniciação a produção de histórias em quadrinhos.

Sobre o horário de fechamento na parte da manhã, disse que a medida foi necessária para a catalogação dos 35 mil exemplares do local. Após este trabalho, a consulta poderá ser feita de forma mais dinâmica. “O usuário poderá localizar o título que estará identificado por estante, prateleira e caixa. Um sistema inédito no País, onde os acadêmicos e pesquisadores poderão consultar o acervo online”, diz um trecho do documento.

Em relação à falta de divulgação, explicou que o fato ocorreu em função da reestruturação, mas que as atividades já iniciaram em maio.

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