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Cotidiano

Fernando Haddad congela R$ 10 bi do orçamento previsto para 2014

Com menos dinheiro para investimentos que no ano passado, obras de corredores de ônibus, creches e moradias populares prometidas pelo prefeito estão ameaçadas

Pedro Henrique Fonseca

Publicado em 16/01/2014 às 23:14

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O prefeito Fernando Haddad (PT) congelará cerca de R$ 10 bilhões, equivalente a 20% do Orçamento de R$ 50,5 bilhões previstos para este ano. Com menos dinheiro para investimentos que no ano passado, obras de corredores de ônibus, creches e moradias populares prometidas pelo prefeito estão ameaçadas.

A execução orçamentária de 2014 deve ser publicada no Diário Oficial da Cidade nesta sexta-feira, 17. No ano passado, o congelamento foi a metade, de R$ 5,2 bilhões, 12,3% dos R$ 42 bilhões.

Também caiu a verba para investimento. A administração municipal atribui a diminuição ao fato de a Justiça ter barrado o reajuste do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), diminuindo a arrecada em R$ 800 milhões. "Se não tivesse o (reajuste) do IPTU (barrado pela Justiça), a gente poderia abrir o orçamento com investimentos próprios do tesouro de R$ 1,2 bilhão. Estamos partindo com R$ 600 milhões", afirma a secretária municipal de Planejamento, Leda Paulani. Do valor para investimento, R$ 380 milhões são destinados por lei à educação e à saúde. Logo, só restam R$ 220 milhões para todas as demais áreas, incluindo transporte, saneamento e obras em áreas de risco.

No ano passado, os recursos para investimento com dinheiro próprio do tesouro no início do ano foram maiores, um total de R$ 810 milhões.

Do total do Orçamento deste ano, R$ 31 bilhões são de recursos próprios do tesouro. O resto vem de verbas do governo federal, de operações urbanas e de recursos de multas que vão para fundos municipais, como o de trânsito, saneamento e meio ambiente. Ao longo do ano, conforme as verbas chegam aos cofres municipais, os valores são descongelados.

Fernando Haddad congelará R$ 10 bi do orçamento previsto para este ano (Foto: Divulgação)

No entanto, esse dinheiro que entra não pode ser usado como contrapartida exigida para arrecadar verbas do governo federal. "Desapropriação só pode ser feita com recurso próprio do tesouro É esse o grande problema. É por isso que essa perda do IPTU na parcela destinada ao investimento pode ser muito maior do que aparenta."

Caso não consiga o valor da contrapartida, obras que necessitam de grandes desapropriações podem ser paralisadas ou nem sequer começar.

Um exemplo citado pela equipe de Haddad é o corredor de ônibus da Estrada do M’Boi Mirim, na zona sul. "Não tem como duplicar a via e ainda fazer um corredor se você não desapropriar", admite Leda.

A secretária afirma que, em determinados casos, é possível obter o dinheiro federal sem contrapartida de verba. Por exemplo, na construção de creches e habitações em terrenos municipais. No entanto, como o planejamento é pautado pela demanda pública e não pela oferta de terrenos nem sempre isso pode ser feito.

Verba federal

A estratégia será tentar investir em obras que tragam maior verba federal, maximizando o valor limitado que tem. No ano passado, o investimento municipal atingiu R$ 3,7 bilhões. "Gostaria muito de passar os R$ 3,7 (este ano). Vamos conseguir? Não sei", diz o secretário adjunto de Finanças, Antonio Paulo Vogel de Medeiros.

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