Apesar de existirem poucos relatos além da obra de Frei Gaspar, oceanógrafos do litoral paulista oferecem uma explicação para o fenômeno / Pexels
Continua depois da publicidade
Poucas cidades no Brasil têm tanta história para contar quanto São Vicente. Com tantos acontecimentos marcantes, o território vicentino guarda casos que mais parecem saídos de livros de ficção.
É o caso do “tsunami” que arrasou a Igreja Matriz e o Pelourinho da antiga vila de São Vicente.
O acontecimento foi completamente narrado por Frei Gaspar da Madre de Deus em sua obra Memórias para a História da Capitania de São Vicente. Nos escritos, ele relata que a duração dos edifícios foi breve, pois o mar levou todas as construções do local.
Continua depois da publicidade
Historiadores que estudaram o tema apontam que o registro histórico não menciona vítimas nem o ano exato do desastre natural. No entanto, a data mais aceita entre os especialistas é 1541.
Movidos pelo medo, parte dos moradores decidiu reconstruir suas casas mais afastadas da praia. Como consequência, os responsáveis pela manutenção da vila convidaram pessoas de outras regiões para ocupar o território. Esse foi o caso dos habitantes do Campo de Piratininga, que mais tarde contribuíram na defesa contra ataques indígenas.
Continua depois da publicidade
Ainda segundo os escritos, dois anos após a destruição, a Câmara de Vereadores de São Vicente financiou o resgate de diversos itens. Por 620 réis, sinos e outros objetos da Igreja Matriz e do Pelourinho foram recuperados.
Apesar de existirem poucos relatos além da obra de Frei Gaspar, oceanógrafos do litoral paulista oferecem uma explicação para o fenômeno.
Segundo eles, a origem do ocorrido está em um deslocamento de camadas de sedimentos, provocado por um tremor no fundo do oceano. Isso teria feito com que o mar recuasse e depois retornasse à costa com força e volume anormais — características semelhantes às de um tsunami.
Continua depois da publicidade