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Cotidiano

Fake news impactam saúde na Baixada Santista

Campanhas de vacinação foram prorrogadas por baixa adesão.

Vanessa Pimentel

Publicado em 09/12/2018 às 10:47

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Em apenas três meses, 825 fake news já foram identificadas. / Nair Bueno/DL

“Alerta aos pais: MPF proíbe vacina contra a HPV, que pode deixar seus filhos debilitados por toda a vida ou até mesmo leva-los à morte por conter metais pesados, vírus transgênicos e conservantes, além de destruir a capacidade natural do indivíduo. Não vacine seu filho contra o HPV porque por trás disso, esconde-se uma máfia que só visa lucrar com isso”. 

A mensagem falsa acima invadiu o Facebook e o WhatsApp no ano passado e chegou a ter mais de 200 mil compartilhamentos em 10 dias. O Ministério da Saúde se posicionou esclarecendo que a primeira contradição é encontrada já no título, porque não cabe ao MPF (Ministério Público Federal) fazer proibições.

Ressaltou também a importância em vacinar os jovens contra o HPV, pois as duas doses previnem contra mais de 150 tipos diferentes de HPV, dos quais 40 podem infectar a região genital e provocar cânceres ao longo da vida. 

Ano passado a procura pela imunização foi tão baixa que o governo precisou tomar medidas emergenciais para não perder mais de 200 mil doses que venciam em setembro. 

Outro boato que, segundo a pasta, pode ter atrapalhado também a adesão à campanha de imunização contra a febre amarela foi uma postagem afirmando que uma receita natural com ingredientes caseiros imunizava contra a doença. O texto foi compartilhado em áudios e vídeos, um deles com mais de 500 mil visualizações. 

Um trecho da mensagem falsa dizia o seguinte: “RECEITA IMUNIZAÇÃO FEBRE AMARELA.

Ingredientes: 1 folha de couve, 1 maçã, 1 dente de alho, suco 1/2 limão, 1 colher de sopa de mel, 1/2 copo de água. Modo de preparo: coloque todos os ingredientes no liquidificador, exceto o mel. Bata tudo.

Adicione o mel e beba! Tomar todos os dias! Se já estiver contraído a febre amarela, tomando a receita todos os dias, em 12 dias estará curado NÃO TOME A VACINA! NÃO SEJA COBAIA DE NOSSOS GOVERNATES. Compartilhe a receita para mais pessoas se imunizarem contra a Febre Amarela!”.

O chefe (em substituição) do Departamento de Vigilância em Saúde de Santos, Marcelo Brenna do Amaral, explicou que para tentar amenizar o impacto das fake news na cidade, a prefeitura passou a divulgar as campanhas nas redes sociais oficiais. A estratégia tem como objetivo se aproximar do público-alvo e tirar as dúvidas relacionadas aos boatos virtuais. 

“Acreditamos que usar o Facebook, por exemplo, é uma forma de se aproximar das pessoas e mostrar o que é verdade e o que não é de forma oficial”. 

Ele alerta que é difícil mensurar o quanto as fake news podem impactar o comportamento das pessoas, mas que neste ano a campanha de febre amarela precisou ser prorrogada duas vezes porque a procura estava baixa. Mesmo assim, a adesão em Santos foi ­satisfatória. 

Canal no WhatsApp.

Para esclarecer as dúvidas da população e combater as fakes news, o Ministério da Saúde lançou em agosto um canal de comunicação via whatsapp. 

Por isso, se você recebeu uma mensagem duvidosa no grupo da família ou de amigos, basta enviá-la para o número (61) 99289-4640. As áreas técnicas do Ministério da Saúde serão acionadas e você receberá uma resposta oficial dizendo se os dados são verdadeiros ou falsos.

Em apenas três meses, o canal já recebeu 3.860 mensagens sobre diversos temas, sendo 825 Fake News. As notícias analisadas pela equipe também estão disponíveis no Portal Saúde no endereço saude.gov.br/fakenews e nos perfis do Ministério da Saúde nas redes sociais, onde também estão outras dúvidas com suas respectivas ­respostas.

É importante lembrar que o canal é exclusivo para o recebimento de Fake News e não deve ser utilizado como serviço de atendimento. Informações podem ser direcionados à Ouvidoria Geral do SUS. 

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