14 de Outubro de 2024 • 14:08
No caminho de aviões há bairros populosos de Vicente de Carvalho / Divulgação/PMG
Vice-presidente eleito do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Voo, Lucas Borba Inácio pondera que a aviação é uma atividade segura. Porém, o sindicalista alerta que há fatores de risco. O representante da categoria que reúne cerca de 2.200 profissionais em todo o País pondera que “a fadiga” dos trabalhadores que atuam no setor constitui risco mais sério que eventuais obstáculos geográficos ou construções existentes na rota dos aviões passarão a operar no futuro Aeroporto Civil Metropolitano de Guarujá .
E o sindicalista alerta que a pressão sobre controladores de voo e pilotos é “constante e crescente”. E isso têm acarretado problemas de saúde que podem afetar o desempenho desses profissionais. A baixa remuneração também tem forçado os trabalhadores do setor a buscar uma complementação da renda, como os aplicativos de transporte, o que reduz o tempo de descanso e pode afetar sua concentração.
“Não adianta ter um equipamento de última geração se o profissional não teve o descanso adequado. A aeronave pode ser maravilhosa, novinha, mas o aumento da fadiga diminui a atenção” resume Borba Inácio. “Isso, sim, pode contribuir para elevar o risco ao setor como um todo”, completa o sindicalista.
O futuro vice-presidente do Sindicato Nacional dos Trabalhadores na Proteção ao Voo, que toma posse em outubro, alerta que a pressão sobre os trabalhadores do setor tem ampliado os relatos de problemas psicológicos e psiquiátricos na categoria.
Após cumprir o mandato como diretor de Comunicação do Sindicato, Borba Inácio chama atenção para outros dois fatores de risco, que não estão relacionados a eventuais obstáculos geográficos ou construções existentes na rota dos aviões. Vale lembrar que, na Baixada Santista, uma refinaria e tanques da Ultracargo estão na rota dos aviões do futuro aeroporto.
O primeiro é o descumprimento de prazos previamente estabelecidos para manutenção de equipamentos em terra e nas aeronaves. E o segundo motivo de preocupação é o treinamento inadequado ou obsoleto eventualmente oferecido aos profissionais do setor.
“Seria um absurdo dizer que a atividade da aviação não tem risco algum. Mas, tudo o que é feito na aviação é cercado de redundâncias para que os riscos sejam diminuídos ao menor nível possível”, completa o sindicalista.
No total, o Brasil conta com aproximadamente 2.200 controladores de voo civis e outros cinco e seis mil militares, que também desempenham a tarefa.
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