Cotidiano

Fábio Moura: 'O Município precisa cuidar melhor de seus filhos'

Ele é guarda municipal em Santos e pretende conquistar uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo

Carlos Ratton

Publicado em 10/09/2018 às 11:00

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Fábio Moura é guarda municipal em Santos e pretende conquistar uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo / Paolo Perillo/DL

Ele é guarda municipal em Santos e pretende conquistar uma vaga na Assembleia Legislativa de São Paulo. É contra a Operação Delegada por acreditar que as prefeituras deveriam pagar melhor os guardas municipais. Confira os principais trechos da entrevista de Fábio Moura, candidato a deputado estadual pelo Novo. 

Diário – Por que a Assembleia e não começar pela Câmara de Santos?
Fábio Moura –
O Novo não possui diretoria municipal em São Vicente e nem na Baixada Santista. Além disso, enquanto não mudarmos este cenário político de uso da máquina pública para empregar correligionários, em que vereadores se servem das prefeituras para lotear os municípios, não há chances de vencer uma eleição municipal. A concorrência é desigual porque a máquina é utilizada politicamente. 

Diário – Mas, estadual não é ainda mais difícil?
Moura –
Não, o loteamento é mais difícil. Além disso, poderei exercer a fiscalização de cima para baixo. O importante é que o Novo não se coligou com nenhum partido, não pensa em lotear a máquina pública e nem pegando dinheiro e realizando barganhas políticas. Vou ter total liberdade para servir aos cidadãos. Vou legislar ­tranquilamente. 

Diário – Qual será sua maior bandeira?
Moura –
A ampliação da lei da transparência. Quero que ela atinja o terceiro setor. Muitas organizações recebem dinheiro do Estado, via municípios, e não prestam contas. Minha ideia a detalhar como esse dinheiro está sendo gasto. Saber se a população está sendo beneficiada de verdade.

Diário – Você terá foco na segurança pública?
Moura –
Sim. Também vou atuar na fiscalização da aplicação dos recursos para as cidades e, se for o caso, denunciar irregularidades no Ministério Público e Tribunal de Contas. 

Diário – Você é a favor da guarda armada?
Moura –
Totalmente. É preciso aplicar a lei 13.022, que regulamentou as atribuições das guardas municipais no território nacional, e que vem sendo ignorada pela maioria dos ­municípios. 

Diário – Segurança Pública é o calcanhar do Governo do Estado?
Moura –
Sim e a população é testemunha disso. Os convênios para Operação Verão e Delegada precisam ser revistos. O Município cede espaço para a construção de equipamentos e o Estado não conclui as obras. O Estado permite a escala de policiais para a Operação Delegada e a Prefeitura atrasa os pagamentos. Vou montar um observatório e fazer a conferência física dos repasses.  

Diário – Você é a favor da Operação Delegada?
Moura –
Não. Porque o Município deveria melhorar os salários e equipar as guardas municipais. O dinheiro do município está pagando funcionários do Estado. Não sou contra o policial militar, mas é preciso mudar essa inversão de prioridades. O Município precisa cuidar melhor de seus filhos. Um servidor satisfeito trabalha melhor. O que não pode é agentes políticos, refiro-me a pessoas nomeadas, usarem servidores como empregados particulares. A meritocracia é um dos ideais do partido Novo. 

Diário – Além de servidores, usam equipamentos e projetos públicos?
Moura –
Sim. Por exemplo: no último final de semana, em São Vicente, num trabalho de castração, tinha candidatos fazendo campanha. Um serviço público sendo usado como palanque. Isso precisa mudar. Vou propor uma ferramenta de fiscalização para coibir essas práticas. 

Diário – Você tem um projeto para a área da Educação?
Moura –
Tenho um projeto de lei que prevê a contratação de psicopedagogos para as escolas estaduais. Precisamos assistir melhor nossos adolescentes. Também seria interessante intensificar o trabalho de assistentes sociais nos lares para sabermos como estão sendo cuidadas nossas crianças. 

Diário – E a questão da Saúde?
Moura –
Vou atuar sobre os convênios com as organizações sociais que gerencias equipamentos públicos. Não é justo uma OS receber milhões e não dar a contrapartida à população. Essa maquiagem tem que acabar. Minha avó faleceu após cair de uma maca sustentada por fita crepe. Isso é um absurdo. Está tudo precário por conta da falta de fiscalização e pelo desvio de dinheiro público. 

Diário – Meio ambiente terá sua atenção?
Moura –
A questão do aterro do Sítio das Neves precisa ser discutida pelo Estado e Municípios. Ninguém está se preocupando com isso. Fui em uma reunião no Guarujá e não tinha nenhum vereador, inclusive de São Vicente, Cubatão e Santos, ou deputado lá. Poxa, será que só os cidadãos e técnicos estão preocupados? Vou ajudar as comissões municipais. Sou a favor de uma parceria público-privada para criar incineradores. 

Diário – Você acredita que a população vai querer políticos novos?
Moura –
É isso que eu espero. A população precisa ficar atenta aos fichas limpa, à proporcionalidade, não eleger os puxadores de voto que elegem os políticos sem compromisso. Estou caminhando e percebendo que as pessoas não querem os velhos políticos. Fico admirado de ver as pesquisas, pois elas não refletem o que eu vejo nas ruas. A insatisfação é geral e teremos muitos votos brancos e nulos. Em São Vicente, nas últimas eleições, quase 50 mil não foram às urnas. Teremos pessoas que votam na renovação e as que querem manter seus empregos através de padrinhos. Esses serão os eleitores, infelizmente.

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