Cotidiano
A pesquisa, publicada na revista científica JAMA Network Open, traz novas perspectivas para a criação de um exame de sangue simples e acessível para diagnóstico da doença
Atualmente, existe apenas um exame de sangue aprovado pela FDA nos EUA para auxiliar no diagnóstico do Alzheimer / Freepik
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Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, revelou marcadores no plasma sanguíneo que podem auxiliar na detecção precoce da doença de Alzheimer e de outras demências relacionadas.
A pesquisa, publicada em 5 de setembro na revista científica JAMA Network Open, traz novas perspectivas para a criação de um exame de sangue simples e acessível para diagnóstico da doença.
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O estudo teve como alvo as comunidades hispânicas e latinas, que, segundo dados analisados pelos cientistas, apresentam maior risco de desenvolver Alzheimer e demências relacionadas. Apesar disso, esses grupos ainda são sub-representados em pesquisas.
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A projeção indica que esses grupos apresentarão os maiores aumentos na prevalência da doença nas próximas décadas. Apesar disso, ainda são significativamente negligenciados nos estudos', destacou o pesquisador Hector M. González, um dos autores do trabalho.
Para a análise, os especialistas utilizaram dados do Estudo de Latinos – Investigação do Envelhecimento Neurocognitivo, envolvendo 5.712 adultos de 50 a 86 anos.
Os cientistas buscaram substâncias associadas ao Alzheimer, como proteína tau, cadeia leve do neurofilamento, proteína ácida fibrilar glial e beta-amiloide. Entre elas, todas, exceto a beta-amiloide, apresentaram relação com o declínio cognitivo subjetivo, que inclui perda de memória, dificuldades de planejamento, raciocínio e percepção cognitiva relatadas pelos próprios indivíduos.
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Mesmo em pessoas consideradas cognitivamente saudáveis, os marcadores de lesão de células nervosas e inflamação cerebral já apontavam sinais de mudanças precoces, sugerindo que a técnica pode identificar riscos antes mesmo do surgimento dos sintomas clínicos.
Atualmente, existe apenas um exame de sangue aprovado pela FDA nos EUA para auxiliar no diagnóstico do Alzheimer. Ele identifica proteínas pTau217 e beta-amiloide 1-42, mas é caro e pouco acessível, restrito a centros especializados.
Segundo os autores do estudo, a nova abordagem pode se tornar uma alternativa mais rápida, menos invasiva e economicamente viável, ampliando o acesso ao diagnóstico precoce.
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'Precisamos de maneiras de identificar doenças neurodegenerativas precocemente em pacientes com sintomas cognitivos', explicou Freddie Márquez, autor principal do estudo.
Os pesquisadores ressaltam que o exame não deve substituir outras ferramentas de diagnóstico, mas sim complementá-las. O objetivo é oferecer uma triagem inicial eficaz, sobretudo em comunidades com menos acesso a recursos médicos especializados.
'Ao incluir participantes de comunidades sub-representadas, conseguimos compreender melhor como fatores sociais e comorbidades influenciam o risco de demência. Isso torna nossas descobertas especialmente relevantes para cenários do mundo real', concluiu a equipe.
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