Entre pratos elaborados, presentes e a quebra da rotina, uma dúvida importante aparece: como os rins reagem a essa sequência de indulgências? / Pixabay
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O fim de ano chega carregado de celebrações: festa da empresa, encontros com amigos, Natal com muita comida e um Réveillon marcado por brindes e longas horas de comemoração. É um período em que a agenda social se intensifica — e, junto com ela, os excessos.
Entre pratos elaborados, presentes e a quebra da rotina, uma dúvida importante aparece: como os rins reagem a essa sequência de indulgências?
Segundo a nefrologista Dra. Daphnne Camaroske, da Fenix Nefrologia, esse é um dos períodos em que os rins mais sofrem. “O excesso de sal, álcool e a desidratação formam uma combinação perigosa que aumenta a sobrecarga renal, favorece picos de pressão arterial, formação de cálculos renais, e, em casos mais graves, pode levar até à lesão renal aguda”, explica.
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O consumo elevado de sódio, potássio e proteínas, associado à pouca ingestão de água e ao consumo elevado de álcool, comum nesta época, pode causar danos imediatos aos rins.
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O sódio aumenta a pressão arterial e a retenção de líquidos, elevando a pressão dentro dos glomérulos, o que pode descompensar pacientes com doença renal, insuficiência cardíaca ou hipertensão.
O potássio, presente em frutas, verduras verde-escuras, legumes, batata, leguminosas, água de coco e sucos concentrados, precisa ser rigidamente controlado por quem tem doença renal crônica.
Seu acúmulo no sangue pode desencadear hipercalemia, que causa arritmias graves e representa risco à vida. Já o consumo excessivo de proteínas aumenta o trabalho de filtração glomerular e pode piorar a proteinúria ou gerar hiperfiltração, especialmente em diabéticos e hipertensos com doença renal.
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Apesar de muitas vezes silenciosa, a doença renal pode apresentar sinais. Entre eles estão inchaço em pernas, rosto ou pálpebras, elevação da pressão arterial, redução do volume urinário, urina escura ou com sangue, fadiga intensa, náuseas e mal-estar.
Também podem ocorrer câimbras, palpitações e sensação de fraqueza, indicando alterações nos eletrólitos. Nessas situações, a recomendação é buscar avaliação médica e realizar exames como creatinina, ureia e eletrólitos.
Para pessoas com doença renal ou fatores de risco como hipertensão e diabetes, os cuidados devem ser redobrados.
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Evitar exageros é essencial. A nefrologista destaca a importância de manter o uso regular dos anti-hipertensivos, evitar excesso de doces entre diabéticos, limitar ultraprocessados ricos em sódio e ter atenção especial a alimentos ricos em potássio nos estágios avançados da doença renal.
A hidratação deve ser adequada, exceto nos casos em que há restrição, como em pacientes dialíticos ou com insuficiência cardíaca. Pacientes em diálise não devem faltar às sessões.
É fundamental evitar o uso de anti-inflamatórios e consumir álcool apenas com moderação, evitando grandes quantidades em curto período.
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A Dra. Daphnne lembra ainda que a cerveja sem álcool não é totalmente livre de álcool, contendo entre 0,5% e 0,8%. Para pacientes em diálise, ela conta na restrição de líquidos. Além disso, cervejas e vinhos apresentam sódio, açúcar, potássio, fósforo e outros componentes controlados na dieta dos pacientes renais. Diabéticos também devem ter atenção ao alto teor de açúcar dessas bebidas. “Então, não é porque é zero álcool que está liberado”, reforça a especialista.
A nefrologista explica que algumas estratégias simples ajudam a proteger os rins sem impedir a participação nas ceias. Entre elas: Manter hidratação adequada e intercalar água com bebidas alcoólicas e priorizar saladas e preparações frescas antes dos pratos mais pesados, reduzir o uso de sal à mesa e evitar repetir grandes porções de proteína.
Após as festas, retomar a alimentação equilibrada, controlar porções, aumentar a ingestão de preparações leves, manter atividade física regular e boa hidratação ajudam a recuperar o equilíbrio renal. Com equilíbrio e responsabilidade, é possível aproveitar as celebrações sem prejudicar os rins.
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