Cotidiano

Evidências ligam humanos à megafauna extinta no interior de SP

Estudos estão sendo realizados pelo Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP)

Gabriel Fernandes

Publicado em 13/05/2025 às 12:43

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Toxodon chegou a frequentar a região do Vale do Ribeira há 11 mil anos / Reprodução

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Foram encontrados, pelos pesquisadores do Instituto de Biociências (IB) da Universidade de São Paulo (USP), novos indícios de interação entre humanos e a megafauna brasileira extinta.

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A descoberta foi realizada a partir da análise dos dentes de Toxodonte (Toxodon platensis), um mamífero com tamanho e semelhanças a um rinoceronte e hipopótamo, que foram encontrados em cavernas no Vale do Ribeira, no interior paulista.

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Na década de 1980, o Vale do Ribeira de Iguape foi palco de muitas coletas paleontológicas, mas alguns materiais estão sendo reexaminados na atualidade.

Os restos fósseis foram encontrados em expedições nas cavernas Abismo Ponta de Flecha, Abismo do Fóssil e Abismo do Juvenal.

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Estudos

Publicado pela Revista Brasileira de Paleontologia, foram estudados 26 dentes, de quatro animais, e um processo condilar, ou seja, o osso que liga a mandíbula ao crânio.

A equipe era formada por Mercedes Okumura, coordenadora do LEEH, Artur Chahud, pesquisador colaborador, e Paulo Ricardo de Oliveira Costa, estudante de Ciências Biológicas.

Um dos pontos mais altos foi a descoberta de indícios, em um dente, que poderia ter sido usado como forma de adereço ou ornamentação. Inclusive, a partir de fósseis de dentes, os cientistas conseguiram se aprofundar em doenças que acometem esses animais, conhecidas como paleopatologias.

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Entretanto, o grande diferencial dos estudos é a interdisciplinaridade entre a paleontologia e a zoologia, que buscam um melhor entendimento da história inscrita nos materiais.

Dentes

Com base nos fósseis de dentes, os cientistas conseguiram se aprofundar em doenças que acometem esses animais, as chamadas paleopatologias, além de analisar as intervenções potencialmente humanas.

Logo, os pesquisadores concluíram que os animais estavam com hipoplasia de esmalte, uma condição em que a camada externa do dente, o esmalte, não se forma completamente ou corretamente, resultando em dentes com aparência e estrutura alteradas.

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Porém, o maior destaque da pesquisa, foi registar, pela primeira vez, incisões em dois dentes de Toxodonte. Os estudiosos enfatizaram que os cortes foram realizados depois da morte do animal, com o propósito de extrair o dente da mandíbula. 

A hipótese principal é que os humanos tenham usado o dente como forma de adereço ou ornamentação. 

Ave quase extinta retorna

O Martim-pescador-de-guam (Todiramphus cinnamominus), natural da ilha do Oceano Pacífico, foi declarada extinta na natureza no fim dos anos 1980, após a introdução da cobra-marrom-arborícola (Boiga irregularis), predador invasor que praticamente dizimou toda sua população, mas agora a ave está voltando à natureza, graças a um esforço de conservação internacional.

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Essa volta não está ocorrendo inicialmente em sua terra original, que ainda está infestada pela cobra invasora. O local escolhido para o retorno é o Atol de Palmyra, por ser uma área protegida e livre de predadores invasores. 

O Diário do Litoral fez uma matéria sobre o assunto.

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